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01/Out/2020

Alimentos: custo de embalagens pode elevar preço

O alto preço e o aumento de prazo de entrega de embalagens já afeta a indústria de alimentos. A desorganização da cadeia parte da indústria de papelão e de plástico. A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) afirmou que a desorganização do setor foi causada por uma série de fatores que envolvem a alta de demanda causada pelo auxílio emergencial e a alta do dólar. É uma situação é conjuntural e não estrutural e deve durar até o início do próximo ano. Assim, os preços devem ficar mais alto do que no pré-pandemia. Do lado do papelão, a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) informa que o setor deve continuar assim até o fim do ano. No segundo trimestre, após início da pandemia, o setor recuou 3,2% em vendas em relação ao mesmo período em 2019, com destaque para maio, que reduziu 12,5%, em relação a maio de 2019. A previsão de regularização nas entregas é de médio prazo, a depender de como seguirá a economia, principalmente em função do término do auxílio emergencial.

O prazo de entrega para embalagens foi ampliado. O que ficava entre 7 e 30 dias agora foi estendido por mais de 30 dias. Todos os setores acabam por ser afetados por essas cadeias, de plástico e papelão. A indústria de alimentos não fica de fora. A ABPO afirmou que "trabalha para mitigar os impactos de toda a indústria de bens não duráveis, semiduráveis e duráveis, pois todos registram forte crescimento de demanda. A Abiplast pontuou que o aumento de preços nos alimentos causado pelos custos maiores de produção de embalagens deve ter impacto inclusive nos índices de inflação. Ficará ainda abaixo da meta, não é um nível preocupante. Até porque o auxílio emergencial não vai durar para sempre e a demanda vai se normalizar. As resinas usadas na produção das embalagens aumentaram até 20%. Para além da questão macroeconômica relacionada à alta do dólar e à desorganização global da cadeia de plástico, existe uma razão menos matemática para a falta de embalagens plásticas.

É normal quando uma crise se avizinha que os produtores fiquem mais cautelosos e evitem comprar matérias primas e mantenham produção nos níveis normais, promovendo neste momento uma redução do seu estoque. O empresário supõe que a demanda será menor e reduz sua atividade para evitar perder dinheiro. Como este movimento é repetido por todos, a demanda de fato se reduz. Isto ocorreu no Brasil nos meses de março a junho, tendo seu pior momento no mês de abril. No fim de junho já foi percebida uma tímida retomada. No processo de retomada, porém, a demanda foi a patamares maiores do que no pré-pandemia. E, para dar conta, as empresas não conseguiram nem mesmo importar. Mesmo que se busque importar materiais, as empresas acabam não conseguindo porque o mesmo que ocorre aqui também acontece em outros países. Isto se passou no Brasil em agosto e começo de setembro. Neste momento houve muita frustração do mercado como um todo que quis retornar a produzir para recuperar resultados perdidos no momento da crise e não conseguia por falta de material. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.