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18/Set/2020

Ministério da Agricultura preocupado com o arroz

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, informou que o arroz foi uma das primeiras preocupações dela assim que assumiu a Pasta, em janeiro de 2019. A ministra citou que, logo que assumiu, teve uma reunião com a Embaixada do México sobre o arroz. A intenção, na ocasião, era abrir o mercado daquela país para o arroz brasileiro, já que os produtores nacionais vinham passando por anos de prejuízo por causa do baixo preço da commodity. De fato, os primeiros embarques do cereal para o México ocorreram em novembro de 2019. Os produtores vinham diminuindo a produção porque tiveram prejuízo por muitos anos e, quando o produto só atende o mercado interno, é complicado, afirmou Tereza Cristina. O Brasil já exportava arroz, mas precisava abrir mais mercados para escoar a produção.

Ela lembrou que os produtores brasileiros sofriam também com a concorrência do cereal do Mercosul, principalmente do Uruguai e do Paraguai, que chegava ao Brasil justamente no período da colheita, inundando o mercado e deprimindo mais os preços. Com a pandemia do novo coronavírus, a produção já estava em queda, mas a demanda pelo grão aumentou. Além disso, as exportações cresceram. Houve aumento de 15% no consumo e as exportações já estavam acontecendo. Porém, a ministra garantiu que não faltará arroz, pois há estoque de passagem este ano. Justamente esse aumento do consumo na pandemia, aliado às exportações e aos baixos estoques de passagem, fizeram com que o preço do grão disparasse nos supermercados. Diante disso, o governo zerou a tarifa de importação do produto de fora do Mercosul, a fim de garantir abastecimento interno. Retirar a tarifa de importação é uma reserva técnica que o governo tem. A ministra comentou, sob este aspecto, que foi uma medida acertada, pois intervenção sobre preços é muito ruim e ela é contra, pois isso nunca funcionou, ao contrário, o preço acaba subindo.

Entretanto, para que o produto, que é da cesta básica, não suba demais, ela defende o diálogo com todos os elos. Só uma parte do arroz virá do exterior. Mas, o atual patamar de preços só deve baixar mesmo na entrada da safra brasileira, a partir de 15 de janeiro, em Santa Catarina. A indicação é de que haverá uma safra muito boa, pois teve aumento de área. Ela reforçou, porém, que o governo tem um resgate a fazer em relação ao setor e aos produtores do cereal. Mas, ela não eliminou a necessidade de continuar exportando o grão. O Brasil é um país que está no mercado global e precisa exportar. A paridade de exportação agora está favorável a exportar e isso faz parte do mercado, embora o Brasil não possa correr riscos de desabastecimento. Ela recusou, porém, o uso de mecanismos como taxação de produtos e outros tipos de intervenção. Existem mecanismos de abastecimento sem ter de taxar produtos e intervir no mercado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.