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17/Set/2020

Estoques globais de arroz devem seguir recuando

De acordo com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial em 2019 deve ser de 754,3 milhões de toneladas (500,8 milhões de toneladas base beneficiado), queda de 1,1% em relação a 2018. Para 2020, as projeções indicam uma recuperação de 1,7% a 766,9 milhões de toneladas (509,2 milhões de toneladas base beneficiado). Espera-se um aumento da produção chinesa e indiana graças à ampliação das áreas plantadas e às melhores condições climáticas. No Sudeste Asiático, principalmente na Tailândia, espera-se um aumento da produção, mas menor do que o inicialmente previsto devido à seca que afetou a 2ª safra em meados do ano. No resto da sub-região, a produção deverá permanecer relativamente estável. Na África Subsaariana, e principalmente nas regiões ocidentais, as chuvas foram abundantes favorecendo o desenvolvimento das lavouras. Mas, as inundações recentes, as piores em 60 anos, podem afetar as colheitas que começarão nas próximas semanas. As perspectivas de aumento da produção da África em 2,9% podem ser revistas para baixo.

No Mercosul, a safra 2020 foi positiva, marcando um aumento da produção global de 3% em relação a 2019. Nos Estados Unidos, também, as safras devem melhorar graças ao aumento das áreas plantadas. Mas, há incertezas devido ao mau tempo durante a colheita. Em 2019, o comércio mundial caiu 9% para 44,1 milhões de toneladas contra 48,5 milhões de toneladas em 2018. Os principais importadores asiáticos, com exceção das Filipinas, reduziram suas demandas de importação. As importações africanas também foram menores em 2019, a 16,7 milhões de toneladas contra 16,9 milhões de toneladas em 2018. Para 2020, novas projeções foram reduzidas e apontam para uma recuperação de apenas 0,6%, para 44,3 milhões de toneladas. Dentro desta relativa estabilidade do comércio mundial, há, na verdade, contrastes do lado da oferta. As exportações da Tailândia devem recuar novamente em 15%, marcando o menor nível dos últimos 20 anos e até mesmo perdendo para o Vietnã, o segundo lugar como maior exportador mundial.

Em contraste, a Índia deve registrar uma recuperação de 10% em suas exportações, consolidando assim sua liderança mundial. As primeiras projeções para 2021 indicam, por enquanto, um aumento significativo no comércio mundial de 6,3% para 47,1 milhões de toneladas, ou seja, 2,8 milhões de toneladas a mais do que em 2020. Os estoques mundiais de arroz ao final de 2019 aumentaram 4,7% para 184,6 milhões de toneladas contra 176,3 milhões de toneladas em 2018, atingindo seu nível mais alto. Essas reservas representam 37% das necessidades mundiais. A melhora adicional se deve principalmente ao aumento das reservas na China e na Índia, bem como na Indonésia. Os países exportadores também teriam aumentado suas reservas em 2019 para 45 milhões de toneladas, o equivalente a 25% dos estoques mundiais. As estimativas para 2020 indicam uma leve redução de 0,6% para 183,5 milhões de toneladas. Essa contração poderia continuar em 2021 com uma projeção de 182,2 milhões de toneladas, ou seja, 0,7% a menos que 2020. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.