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15/Set/2020

Alimentos pressionam a inflação dos mais pobres

Segundo informou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta segunda-feira (14/09), a inflação dos alimentos e a deflação dos serviços, em meio à recessão provocada pela pandemia de Covid-19, levaram o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda de agosto a ratificar uma pressão inflacionária maior para as famílias mais pobres. Em agosto, enquanto a taxa de inflação das famílias mais pobres apontou alta de 0,38%, a faixa de renda mais alta registrou uma deflação de 0,10%. No ano, o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda para as famílias muito pobres acumula alta de 1,5%. Para os mais ricos, há retração de 0,07% no índice. As diferenças nas composições das cestas de consumo, entre as famílias muito pobres e as famílias mais ricas, explica a diferença.

Especialmente quando se leva em conta as quantidades, além do preço, os muito pobres gastam, relativamente, mais com alimentos e menos com serviços. Já os mais ricos gastam mais, também relativamente, com serviços. Evidencia-se uma pressão altista vinda dos alimentos no domicílio, que formam o grupo de maior peso na cesta de consumo das famílias mais pobres, e uma queda nos preços dos serviços, cujo alívio é bem mais intenso sobre o orçamento das famílias mais ricas. O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda decompõe o IPCA por faixas de renda. A faixa mais pobre tem renda domiciliar abaixo de R$ 1.650,50 mensais por família. A faixa mais rica tem renda domiciliar acima de R$ 16.5009,66 mensais por família.

Enquanto a inflação dos alimentos voltou a se acelerar em agosto, os descontos dados por creches e escolas particulares por causa da pandemia contribuíram para derrubar ainda mais o índice de serviços. O preço das mensalidades escolares é exemplo típico de item que afeta mais os orçamentos dos mais ricos, já que as famílias mais pobres, tipicamente, não gastam com mensalidades, pois recorrem ao ensino público. A retração no valor das mensalidades das creches (-7,7%) e das escolas de ensino fundamental (- 4,1%) e médio (- 2,9%) gerou um alívio maior sobre o orçamento da população de renda mais alta, pois é esse segmento que, majoritariamente, utiliza os serviços privados de educação. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.