10/Set/2020

Após reunião com o presidente Jair Bolsonaro, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) afirmou, nesta quarta-feira (09/09), que o setor vai fazer uma campanha para incentivar a população a consumir macarrão no lugar do arroz, produto que registra a alta de preços considerada mais preocupante pelo setor. Segundo a entidade, o presidente orientou a ministra da Agricultura para que retirasse a tarifa de importação sobre o arroz, que é o produto mais grave nesse momento porque teve queda de safra, teve exportação muito alta e teve aumento do consumo interno. Isso já é uma sinalização do lado da oferta do produto, pois deve ajudar a regular o preço. Os supermercados afirmam que são muito competitivos e dependem de produto barato para continuar vendendo.

O setor vai promover o consumo de macarrão, que é o substituto do arroz, além de orientar o consumidor a não estocar arroz. O setor também afirma que já trabalha com margens reduzidas nos produtos essenciais. Sobre a notificação da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça, a Abras se diz surpresa. A Abras se reuniu nesta quarta com o presidente Jair Bolsonaro, e o ministro da Economia para tratar da alta dos preços dos alimentos. O presidente vem fazendo apelos públicos para que os donos de supermercados reduzam margens de lucro e abaixem os preços "por patriotismo".

A entidade afirmou que os supermercados não são "os vilões" da inflação da cesta básica, e que o problema está ligado ao excesso de demanda, principalmente no exterior, e à falta de oferta. Na prática, isso significa que falta produto e, por isso, o preço aumenta. O produtor prefere exportar porque o câmbio está alto e tem uma receita maior do seu produto. O preço dos alimentos foi destaque para a alta de 0,24% inflação oficial do país em agosto, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (09/09). Dois alimentos chamaram a atenção nos últimos dias: o arroz, com valorização de 19,2% no ano, e o óleo de soja, que subiu 18,6% no período. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.