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08/Set/2020

Supermercados e fornecedores: disputa de preços

As empresas do ramo de supermercados travam uma queda de braço de mais de 15 dias com seus fornecedores. Segundo a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), os supermercados têm represado suas compras e vendido seus estoques para tentar negociar preços menores. A pressão veio à tona agora, com o recente comunicado da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) sobre os preços da cesta básica. Além disso, alguns supermercados já começam a restringir a compra de produtos básicos por cliente. Como o aumento nos preços dos fornecedores é abrupto, há represamento da compra dos varejistas. O varejo tenta postergar tabela de preços. No entanto, essa disputa para ver quem mais diminui suas margens de lucro deve ter pouco sucesso na formação geral dos preços. A razão central dos aumentos é a alta do dólar e o consequente aumento das exportações.

Somado a isso, o aumento de demanda interna causada pelo auxílio emergencial também pressiona os valores para cima. O problema é anterior ao fornecedor e o varejista. Está nos preços das commodities. Essa negociação já nasce limitada, já que as questões que fazem os preços subirem são macroeconômicas. No entanto, não há possibilidades de ação do governo para resolver essa situação, pois não há solução governamental possível no livre mercado. Essa regulação deve ser feita pelos próprios consumidores ao substituir os produtos caros na hora da compra. Porém, representantes do governo buscaram contato com a Abras na sexta-feira (04/09). Mesmo podendo interferir pouco no preço total, as redes de supermercados têm algumas coisas a ganhar nesta disputa. Quando uma rede consegue mostrar ao consumidor que tem preços melhores de alimentos básicos, a percepção da clientela é que o preço geral daquele estabelecimento é melhor.

Assim, é possível vender também os produtos em que se tem mais margem de lucro. Outro ponto é que uma vez que o consumidor gasta um pouco menos em commodities, sobra dinheiro para consumir esses itens que são mais lucrativos para as redes. Além disso, se o supermercado aparece como empenhado por um preço justo, há um ganho de imagem. A população provavelmente está vivendo uma realidade inflacionária maior do que o registrado peço IPCA. Com a pandemia, o consumo mudou abruptamente. Como a cesta medida pelo IPCA não muda instantaneamente com os hábitos de consumo da população, é possível que, na prática, o consumidor esteja percebendo uma inflação maior que o registrado oficialmente. Isso não é um erro do índice, é uma circunstância. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.