24/Ago/2020
Com um constante aumento de produtividade, graças às melhorias no pacote tecnológico do produtor, que inclui uma maior eficiência no uso da água, o arroz irrigado representa atualmente cerca de 90% da produção do cereal no Brasil, apesar da redução na área total nos últimos anos. A constatação faz parte do Mapeamento do Arroz Irrigado no Brasil, produzido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), lançado na sexta-feira (21/08). O estudo mostra que a irrigação proporciona ao arroz mais que o triplo da produtividade observada em áreas de sequeiro, com melhorias no manejo do solo, da água e dos insumos. Na média dos últimos cinco anos (2014-2018), o arroz de sequeiro rendeu 2.134 quilos por hectare, enquanto o irrigado teve um rendimento de 7.403 quilos por hectare, 3,5 vezes mais.
O arroz irrigado concentra 77% da área total de arroz no Brasil, enquanto as áreas de sequeiro continuam em retração e representam 23% da área e 10% da produção. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins respondem por 1,2 milhão dentre 1,3 milhão do total de hectares de arroz identificados no Brasil. O Rio Grande do Sul mantém a liderança absoluta com 72,9% da área ocupada pelo arroz irrigado (946 mil hectares), seguido por Santa Catarina (11,5%) e Tocantins (8,4%). Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul aparecem na sequência respectivamente com 1,5%, 1,3% e 0,8%. Os demais 3,5% da área estimada estão distribuídos em outros 12 Estados: Alagoas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e São Paulo. A produção é identificada em 342 municípios: 75 deles apresentam área superior a 3 mil hectares e totalizam 1,1 milhão de hectares (85% do total). Dos 75 municípios, 49 estão no Rio Grande do Sul, 15 em Santa Catarina, seis em Tocantins e outros cinco em Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Roraima (um município em cada).
Os quatro principais irrigantes localizam-se no Rio Grande do Sul: Uruguaiana (80.000 hectares), Santa Vitória do Palmar (65.000 hectares), Itaqui (63.000 hectares) e Alegrete (53.000 hectares). Lagoa da Confusão, em Tocantins, vem na sequência com 48.000 hectares. No Brasil, 40% do volume de água captado para irrigação é destinado ao arroz. Com 90% de sua produção total sob irrigação, a cultura é chave tanto para as discussões de segurança hídrica quanto de segurança alimentar, de desenvolvimento regional e de recursos hídricos. O mapeamento do arroz irrigado nos Estados de maior produção foi realizado por meio de interpretação visual de imagens de satélite, seguida de verificação de campo feita por técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com parceria de instituições públicas e privadas nas localidades. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de arroz, juntamente com a China, Índia, Indonésia, Bangladesh, Vietnã, Tailândia, Mianmar, Filipinas, Japão e Paquistão.
Com base nas últimas cinco safras, o País produziu, anualmente, entre 10,4 e 12,4 milhões de toneladas de arroz, segundo dados da Conab, e participa com 76% da produção do Mercosul, seguido pela Argentina, Uruguai e Paraguai. O valor médio anual da produção no mesmo período foi de R$ 8,83 bilhões de reais, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A base técnica do Mapeamento do Arroz Irrigado no Brasil continuará sendo analisada na segunda edição do Atlas Irrigação, que apresentará em 2020 uma base técnica atualizada da irrigação brasileira. A publicação trará um panorama da irrigação no País e está em fase de elaboração e servirá de referência simultaneamente para a Política Nacional de Recursos Hídricos e para a Política Nacional de Irrigação. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.