10/Jul/2020
Segundo o Grupo Técnico de Monitoramento do Abastecimento de Alimentos e Produtos Agropecuários no Estado de São Paulo, houve aumento no consumo interno de alimentos no Estado com leve retomada nas operações de diferentes setores do agro. Os dados englobam toda a cadeia, nos 645 municípios, e se referem ao período de 8 a 19 de junho 2020. Entre os destaques está o aumento do consumo interno, puxado pelo abrandamento da distância social. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) registra que, mesmo diante do atual cenário da pandemia, o setor agropecuário vem apresentando bons resultados no Brasil, com um crescimento do PIB de 1,9% em 2020, comparado ao mesmo período do ano anterior. Uma safra recorde vem sendo colhida e o setor tem sido capaz de escoá-la para os mercados consumidores, tanto interna quanto externamente.
A automação presente em toda a cadeia (fazendas, logística interna, armazéns, terminais portuários) aliada às medidas de segurança implementadas por todos os entes da cadeia tem garantido a continuidade das operações. Isso é comprovado pelo crescimento total de exportação de carne bovina na ordem de 9,1% entre janeiro e maio de 2020, quando comparado ao mesmo período de 2019. Em função da alta demanda externa, volta do consumo interno de cortes mais nobres, retomada leve do food service e falta de oferta de bovinos para abate, nota-se preços firmes com tendência de alta para a carne bovina na primeira quinzena de junho. A carne de frango apresentou estabilidade entre oferta e demanda indicando para junho preços em forte recuperação e tendência de alta, com o mercado interno se ajustando e o bom desempenho das exportações.
As negociações externas da proteína cresceram 5,6% entre janeiro e maio de 2020, quando comparadas ao mesmo período de 2019, sendo a China o principal destino do produto brasileiro. As exportações totais de carne suína também cresceram 35,1% entre janeiro e maio de 2020 e a demanda interna está mais aquecida, diante do afrouxamento gradual da quarentena em diversas regiões do País. A melhora nas vendas do suíno vivo e da carne suína, especialmente no início do mês, elevou as cotações de todos os produtos de origem suinícola. Embora o preço da arroba suína tenha se mantido estável, o preço continua não cobrindo os custos de produção, o que ilustra a maior preocupação do setor. A demanda por ovos, primeiro substituto direto da carne de frango, começou a diminuir, fazendo com que as cotações da caixa de 30 dúzias caíssem 10% em junho quando comparado a maio.
No setor de food service é observada tendência de indícios de futura recuperação à medida que as ações de distanciamento social começam a ser atenuadas por todo o País. A redução média de operação das últimas três semanas passou da marca de -50% para -47%. O faturamento dos distribuidores que atendem a cadeia continuou registrando queda no mês de junho: aproximadamente 5% entre a primeira e segunda semana de junho, em comparação ao mesmo período do ano de 2019. Embora ainda negativa, é a melhor marca já registrada desde o início da pandemia. A mesma movimentação se percebe na demanda pelo serviço de transporte rodoviário de carga, que, embora ainda se mantenha em queda, registra recuos cada vez menores. O decréscimo passou de -38,8% no final da 2ª quinzena de maio, com leve recuperação no final da 1ª quinzena de junho, chegando a -34,4%. Fonte: Suinocultura Industrial. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.