ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

14/Mai/2020

Varejo: vendas sofreram queda no mês de março

De acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgados nesta quarta-feira (13/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas do comércio varejista caíram 2,5% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal. Na comparação com março de 2019, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 1,2% em março de 2020. Nesse confronto, as projeções iam de uma queda de 20% a elevação de 4,50%, com mediana negativa de 3,58%. As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 1,6% no ano e alta de 2,1% em 12 meses. Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 13,7% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal. Na comparação com março de 2019, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 6,3% em março de 2020. Nesse confronto, as projeções variavam de uma redução entre 25,0% e 2,6%, com mediana negativa de 7,5%. As vendas do comércio varejista ampliado ficaram estáveis no ano e tiveram aumento de 3,3% em 12 meses.

A queda de 2,5% nas vendas do comércio varejista em março ante fevereiro foi a mais acentuada desde março de 2003, quando tinha recuado 2,7%. No varejo ampliado, a baixa de 13,7% em março ante fevereiro foi a mais aguda da série histórica iniciada em 2003. As vendas do comércio varejista recuaram 2,0% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao quarto trimestre do ano passado. O resultado foi o pior na série trimestral desde o primeiro trimestre de 2016, quando as vendas caíram 2,7%. A queda no primeiro trimestre deste ano em relação ao último do ano passado foi mais branda do que indicava a mediana das projeções, de -2,70%. Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, o volume vendido cresceu 1,6% no primeiro trimestre de 2020. No varejo ampliado, as vendas diminuíram 4,4% no primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019, o pior desempenho desde o quarto trimestre de 2008, quando despencou 27,3%. Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, as vendas do varejo ampliado ficaram estáveis (0,0%) no primeiro trimestre deste ano.

Sob impacto da pandemia do novo coronavírus, seis entre as oito atividades do varejo registraram perdas na passagem de fevereiro para março. A alta nas vendas de supermercados e farmácias, consideradas atividades essenciais, evitou um desempenho ainda pior do comércio varejista, que encolheu 2,5% no mês. As perdas ocorreram em Tecidos, vestuário e calçados (-42,2%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-36,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-27,4%), Móveis e eletrodomésticos (-25,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-14,2%) e Combustíveis e lubrificantes (-12,5%). Por outro lado, as vendas de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo saltaram 14,6%, enquanto o setor de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos vendeu 1,3% mais. No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o volume de vendas recuou 13,7% em março ante fevereiro.

O setor de Veículos, motos, partes e peças encolheu 36,4%, enquanto Material de construção teve redução de 17,1%. A queda no volume vendido foi recorde em março ante fevereiro nas atividades de veículos, combustíveis, vestuário, livros, móveis e eletrodomésticos, material de construção e outros artigos de uso pessoal e doméstico. Por outro lado, o setor de supermercados teve o maior avanço já registrado. Seis das oito atividades do comércio varejista registraram retração nas vendas em março deste ano ante março de 2019. Na média global, o volume vendido pelo comércio varejista caiu 1,2%. As perdas ocorreram em Tecidos, vestuário e calçados (-39,6%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-17,9%), Combustíveis e lubrificantes (-11,2%), Móveis e eletrodomésticos (-12,1%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-23,2%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-32,9%). Houve avanços em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (11,1%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (12,1%).

Considerando o comércio varejista ampliado, o volume de vendas teve recuo de 6,3% em relação a março de 2019, interrompendo uma sequência de 11 meses de taxas positivas consecutivas. As vendas de Veículos, motos, partes e peças caíram 20,8%, enquanto Material de construção encolheu 7,6%. As vendas do comércio varejista estão 7,4% abaixo do pico alcançado em outubro de 2014. No varejo ampliado, o volume vendido em março estava 20,1% aquém do patamar recorde alcançado em agosto de 2012. A pandemia de Covid-19 e as medidas de isolamento social adotadas para impedir a disseminação do vírus impactaram a receita de 14,5% do total de empresas que prestaram informações à Pesquisa Mensal de Comércio (PMC). As companhias da amostra pesquisada que reportaram algum efeito da Covid-19 sobre a receita representam 5.323. Entre as empresas que deram alguma justificativa para a variação da receita em março, 43,7% citaram o isolamento por causa do coronavírus como principal causa.

Em março de 2020 ante março de 2019, houve uma queda de 23,0% no volume de vendas das empresas que relataram ter sentido o impacto da Covid-19 em suas atividades. Entre as empresas que não reportaram qualquer impacto da pandemia em suas receitas, o volume vendido cresceu 1,5%. Na média global, o comércio varejista teve uma redução de 1,2% nas vendas em março deste ano ante março de 2019. As empresas que relataram algum impacto devido ao Covid-19 deram uma contribuição negativa de -2,6% para a formação da média do varejo, enquanto as empresas que não relataram qualquer impacto contribuíram com 1,4%. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, as empresas impactadas pela Covid-19 tiveram um recuo de 26,8% nas vendas, enquanto os informantes que não relataram impacto venderam 3,1% menos. O subgrupo de empresas impactadas pela Covid-19 na média do varejo ampliado, que recuou 6,3% em relação a março de 2019, foi de -3,7%, enquanto o subgrupo das não afetadas impactou a taxa em -2,6%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.