ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

30/Abr/2020

Preço do arroz sobe com maiores compras no varejo

Ao longo de abril, os preços de arroz em casca seguiram em alta no Rio Grande do Sul, maior Estado produtor, renovando os patamares recordes nominais da série histórica do Cepea, iniciada em 2005. Nem mesmo a proximidade da finalização da colheita foi suficiente para segurar as reações positivas de preços. O fato é que, diante dos primeiros casos de Covid-19 no Brasil, desde março, os consumidores do produto beneficiado passaram a adquirir volumes maiores, forçando o varejo a se abastecer do atacado e, por sua vez, dos engenhos beneficiadores. Em alguns casos, agentes apontaram vendas sendo triplicadas no período, com o atacado e o varejo visando formar estoques. Os preços obtidos com as exportações também estavam em elevação, impulsionados pela maior taxa de câmbio, o que mantém o interesse de vendedores. Porém, os produtores se mostraram retraídos, apostando na continuidade dos aumentos nos preços.

A postergação de pagamentos de dívidas, anunciada pelo governo, favoreceu as ações vendedoras. Apesar deste cenário, a compra do arroz beneficiado pode se desacelerar no médio prazo, por conta do aumento nos estoques, inclusive por parte dos consumidores finais, o que pode desaquecer a demanda pelo arroz em casca. O Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS atingiu o maior patamar nominal neste mês de abril de 2020. Em termos reais (ou seja, considerando-se a inflação para o período, com base no IGP-DI até março/2020), o Indicador atual é apenas o maior desde fevereiro/2-17, sendo que, naquele período, havia baixo estoque de passagem, após a redução da oferta na safra anterior. A maior média real, de R$ 68,09 por saco de 50 Kg, foi registrada em maio de 2008. No agregado do Brasil, a área com arroz decresce desde o ano-safra 2004/2005, sendo que, na temporada atual, a área de cerca de 1,8 milhão de hectares é equivalente a 43% da área que foi cultivada em 2004/2005.

Desde então, a oferta total teve redução de 21,3%, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A redução da área com arroz certamente tem relação com a perda de competitividade perante outras culturas concorrentes em área. O patrimônio investido em arroz no Rio Grande do Sul não foi remunerado ao longo das safras 2009/2010 e 2018/2019. Quanto ao consumo per capita, tomando-se como base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), verifica-se forte redução no volume relacionado ao consumo domiciliar entre os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2007/2008 e a POF 2017/2018. Enquanto no primeiro período eram consumidos 26,5 quilos per capita anual de arroz no domicílio, em 2017/2018, caiu para 19,76 quilos per capita anual, redução de mais de 25% no período. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.