ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

29/Abr/2020

Endividamento das famílias tenderá a se agravar

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus pegou os brasileiros em situação financeira mais vulnerável, com alto nível de endividamento. Dados divulgados nesta terça-feira (28/04) pelo Banco Central mostram que, em fevereiro, o endividamento das famílias com os bancos atingiu 45,5%. O percentual é o maior desde os 45,8% verificados em outubro de 2015, quando o Brasil enfrentava a crise fiscal do governo Dilma Rousseff. O cálculo do endividamento leva em conta o total das dívidas bancárias, dividido pela renda das famílias no período de 12 meses. Se for considerado o endividamento sem as operações de crédito imobiliário, geralmente de valores mais elevados para as famílias, o percentual de fevereiro ficou em 26,8%, também acima do verificado em anos mais recentes.

Os dados de fevereiro ainda não refletem o acirramento da crise provocada pelo novo coronavírus. Isso porque foi em março que o isolamento social se intensificou nas cidades brasileiras, afetando a atividade econômica, a renda e o emprego. Na prática, em março, a crise recaiu sobre famílias já naturalmente mais endividadas. O País já registrava trajetória de crescimento do endividamento das famílias há algum tempo. Este desenho do endividamento é consequência do que ocorria no mercado de crédito antes da crise: o crédito livre para pessoas físicas puxando as operações. Como os efeitos da pandemia se intensificaram em março, a expectativa é de que os dados do mês, a serem divulgados apenas no fim de maio, mostrem endividamento ainda maior nas famílias.

Com o desemprego maior e a renda menor, os brasileiros tendem a fazer menos dívidas para aquisição de bens como veículos e imóveis. Por outro lado, é natural que a demanda por crédito pessoal ou emergencial aumente. Os números do Banco Central mostraram ainda que, em fevereiro, o comprometimento da renda das famílias com dívidas bancárias ficou em 20%. O percentual é próximo do verificado no fim de 2019, mas superior ao visto em anos anteriores. Se o financiamento imobiliário for excluído da conta, o comprometimento da renda com dívidas bancárias estava em 17,6% em fevereiro. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.