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07/Fev/2020

Preço recorde do arroz não beneficia produtores

O recorde na cotação do arroz em casca, que aumentou 6,52% em janeiro e alcançou R$ 51,28 por saco de 50 Kg no dia 3 de fevereiro, segundo o indicador Esalq/Senar-RS, ainda não chegou ao produtor. Isso porque a alta ocorreu no pico da entressafra, quando os produtores não tinham mais cereal armazenado. Mas, a partir de agora, com a expectativa de manutenção dos atuais níveis de preço em razão de menor área, com consequente menor produção, e de superar as 1,4 milhão de toneladas exportadas em 2019, os produtores devem ter aumento de receita. Os consumidores pagarão um pouco mais caro.

Segundo a Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz-RS), é precisamos manter o valor acima de R$ 50,00 por saco de 50 Kg para começar a recuperar renda, pois nos últimos três anos se vendeu com prejuízo. A expectativa é de que esse preço seja mantido. Entre as iniciativas para manter a receita, os produtores pretendem intensificar as vendas externas, chegar a Panamá e Guatemala, e exportar mais para o México, país que liberou as importações para o cereal brasileiro em 2019. Outra ação incentivada é a redução de área de cultivo, o que já vem ocorrendo. O arroz, que já ocupou próximo a 1,2 milhão de hectares em 2010, nesta safra baixou para 940 mil e, para o próximo ciclo, a tendência é ficar em 900 mil hectares. Enquanto outros alimentos foram impactados pela estiagem, no arroz os problemas foram pontuais, especialmente na Região Central e em Cachoeira do Sul. A baixa rentabilidade leva o produtor a buscar alternativas.

Os 330 mil hectares que o arroz perdeu são ocupados por soja atualmente. Esse movimento é estimulado pela Federarroz como forma de garantir a sustentabilidade da produção. O consórcio entre os dois cultivos é benéfico: a soja baixa em 15% o custo do arroz e aumenta em 10% a 20% sua produtividade, entre outros motivos, pela maior cobertura vegetal do solo. Os cerca de 8 mil produtores de arroz no Estado também são incentivados a buscar integração entre lavoura e pecuária. Hoje, a média de produtividade do arroz no Rio Grande do Sul é de 140 sacos de 50 Kg por hectare. Mas, o ponto de equilíbrio é quando alcança 160 sacos de 50 Kg. Esse resultado se consegue consorciando com soja e pecuária. Fonte: Zero Hora.