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16/Dez/2019

Mercado de produtos single em expansão no País

Em 2010, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE, o Brasil tinha mais de 89 milhões de pessoas solteiras entre a sua população. Já em 2017, uma pesquisa da Ipsos apontou que 54% da população do país se declara solteira, sendo as cidades de maior concentração deste público: Salvador (60%); Belo Horizonte e Brasília, ambas com 56%. O estudo também apontou que 68% dos solteiros procuram manter alimentação saudável. O número de pessoas que vive sozinho – divorciados, viúvos com filhos adultos e solteiros – está cada vez maior no Brasil e no mundo. Segundo a pesquisa “10 Principais Tendências Globais de Consumo” realizada pela Euromonitor Internacional, o número de residências com um único morador deve crescer a uma taxa média anual (CAGR) de 1,9% na próxima década. Segundo o mesmo estudo, até 2030, a estimativa é que haja um aumento de 120 milhões de residências de uma única pessoa, o que corresponde a um aumento de 30% em relação a 2018. No Brasil, a tendência também é confirmada. Segundo o IBGE, em 10 anos, o número de pessoas que vivem sozinhas cresceu de 10,4% para 14,6%.

E quando questionados os motivos da decisão para a mudança foram: se sentirem mais independentes (25%), livres (23%), e com maior privacidade (50%). Com as mudanças do comportamento e do tamanho da família, surge um novo cenário de consumo: o consumo para um. São dados que demonstram um mercado cheio de oportunidades para indústria, atacado e varejo. A ABIA – Associação Brasileira da Indústria de Alimentos afiram que a opção por morar sozinho é uma realidade cada vez maior no Brasil. Segundo a ABIA, para acompanhar essa tendência, notada em todo o mundo, a indústria brasileira de alimentos tem trabalhado com embalagens menores e porções individuais. De acordo com o estudo Brasil Pack Trends 2020, desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), instituição de pesquisa ligada ao governo do Estado de São Paulo, o aumento da quantidade de residências com apenas uma pessoa e a vida urbana cada vez mais atribulada têm criado uma demanda por alimentos em porções menores ou individuais.

Esse tipo de embalagem permite também diferentes opções de consumo no caso de lares com mais de uma pessoa, ou seja, cada pessoa na residência pode escolher o que consumir. Exigente e a procura de produtos e maneiras que simplificar a sua vida. Essa é uma das características do perfil do consumidor single no Brasil. Esse shopper não é fiel a marcas, busca qualidade e sempre está atento à relação custo X benefício. Outra característica pertinente a esse público é a busca por informações sobre saúde, o que os leva a procurar no ponto de venda produtos que tenham o apelo de saudabilidade. Com o avanço da velocidade da informação e a mudança na rotina de uma forma geral, é muito comum ver cada vez mais casamentos após os 30 anos, coisa que nos anos 80/90 eram até motivos de preocupação. As prioridades mudaram, foco nos estudos, na carreira e a busca por uma rotina flexível, porém com metas, fazem com que naturalmente haja uma busca maior pela individualidade.

Fatores que interferem na decisão de compra

Segundo pesquisa da EuroMonitor Internacional os fatores que interferem na decisão de compra são do consumidor single são:

a) gosto por experimentar novos produtos e serviços;

b) marcas que já confiam e conhecem;

c) qualidade; e

d) compra de locais que tenha selo fidelidade e produtos ecológicos.

Ou seja, uma lição de casa que precisa ser feita tanto pelo atacado distribuidor como pelo varejo é investir no sortimento de marcas e produtos e, claro, cuidar muito bem do abastecimento tanto dos pontos de venda como das gôndolas propriamente ditas, evitando ruptura. O controle de estoque é fundamental para uma venda constante. Como se trata de itens com um giro agressivo é preciso um abastecimento regrado para evitar rupturas. A execução na ponta de gôndola nos varejos também é um dos fatores essenciais para uma boa performance no ponto de venda. Como o consumidor está buscando produtos cada vez menos processados e mais naturais, o setor atacadista deve investir em bons produtos em porções menores. Quem não se adaptar está fora do target dos singles, que economizam em tudo, menos na saúde e no prazer em comer bem. Experiências são o foco desse tipo de consumidor.

Fatores que estimulam a busca por porções individuais

a) Busca por uma dieta mais equilibrada;

b) Conveniência e praticidade, a exemplo do que ocorre nas categorias de pratos prontos e semiprontos congelados;

c) Maior consciência de consumo, buscando a redução do desperdício;

d) Busca pela otimização do sabor e do frescor dos alimentos, a exemplo dos biscoitos em embalagens menores.

Fonte: ABIA – Associação Brasileira da Indústria de Alimentos. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.