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07/Nov/2019

Novembro mais seco sobre áreas de arroz do RS

O Centro Americano de Meteorologia e Oceanografia (NOAA) manteve a previsão de neutralidade climática para os próximos meses no Oceano Pacífico. A temperatura no oceano não será quente ou fria o suficiente para gerar um fenômeno El Niño ou La Niña. E sem o Pacífico como protagonista do clima, variáveis menores começam a aparecer. Uma delas é o Índice de Oscilação do oceano Índico, que está negativo, situação que faz com que a chuva fique mais ao Sul que o normal. Não é coincidência a estiagem prolongada observada entre São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul nesta primavera. Outra delas é a Convergência Brasil Malvinas, uma área no oceano Atlântico entre a costa do Uruguai e Argentina, cuja temperatura mais elevada fez com que as frentes frias passassem mais rapidamente pela costa do Sul e não trouxessem grande acumulado de chuva à região durante o inverno. A temperatura oscilará bastante nos próximos meses.

Chama-se a atenção para períodos onde a máxima ficará mais baixa indicando baixa radiação solar, casos do segundo decêndio de novembro, boa parte de janeiro e a segunda quinzena de fevereiro. Na virada de janeiro para fevereiro, espera-se declínio mais acentuado da temperatura mínima com valor inferior aos 10°C. Outubro terminou com chuva acima da média em grande parte das áreas produtoras de arroz do Rio Grande do Sul. Pelo menos cinco frentes frias passaram pelo estado gaúcho provocando instabilidades, altos volumes de chuva e grandes oscilações de temperatura. Apenas a região noroeste registrou volumes ligeiramente abaixo da média climatológica. As demais regiões do Estado apresentaram acumulados entre 50 mm e 150 mm acima do normal para este mês. As áreas com volumes mais expressivos foram o Extremo Sul e a Campanha Gaúcha. Com tanta chuva e tempo mais fechado, as temperaturas do amanhecer ficaram acima da média, principalmente na Metade Norte e no Leste do Estado, onde foram registrados até 4°C acima do normal, inclusive na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Por outro lado, foi justamente o tempo fechado que dificultou a elevação das temperaturas no decorrer do dia e por isso é que a maior parte do Rio Grande do Sul teve valores dentro da climatologia. A exceção foi a Região Metropolitana de Porto Alegre, que teve valores acima do normal, cerca de 3°C mais que a média. Com as chuvas frequentes, a umidade do solo atinge níveis de encharcamento em algumas localidades, esse cenário tem interferido nas atividades de campo, já que os orizicultores estão em fase de plantação das lavouras e desenvolvimento inicial. O cenário muda um pouco em novembro, apesar de o mês começar com bastante chuva, na Metade Norte do Estado as instabilidades diminuem na fronteira com o Uruguai. Por outro lado, a chuva durante a primeira quinzena de novembro ganha força entre áreas produtoras de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Entre os dias 5 e 15 de novembro, áreas do Paraná, faixa Sul de São Paulo, Norte do Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm previsão de mais de 50 mm de chuva.

Nas demais áreas produtoras do país a chuva segue isolada, sem grande volume. A partir da segunda quinzena de novembro a formação de instabilidades entre Sudeste, Centro-Oeste e Matopiba se torna um pouco mais frequente e deve beneficiar as áreas produtoras. Diferente do alto verão de 2018/2019, no qual as chuvas expressivas foram observadas em algumas áreas do Rio Grande do Sul, este ano a expectativa é de menos chuva. Isto porque, no ano passado, o fenômeno El Niño (que corresponde ao aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial) estava presente na atmosfera, favorecendo as instabilidades no Rio Grande do Sul. No entanto, este ano o El Niño chegou ao fim, oficialmente em agosto, e agora estamos em neutralidade climática que favorece um padrão de chuvas dentro da média normal. Fonte: Somar Meteorologia. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.