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15/Out/2019

Preços globais do arroz sofrendo pressão baixista

Em setembro, os preços mundiais do arroz caíram 3,5%, influenciados pela forte queda nos preços do Vietnã, de 12% em um mês. A demanda de importação é atenuada devido à queda do comércio mundial em 2019 e às tensões comerciais que pesam nos preços internacionais. Todos os operadores aguardam a nova oferta da Ásia que está começando a chegar ao mercado e deve continuar durante o último trimestre do ano e o início de 2020.

Os importadores estão atualmente prestando atenção à evolução dos preços e do dólar em relação a moedas asiáticas. A Tailândia será o país mais afetado pela redução do comércio mundial. As perspectivas de produção foram revisadas para baixo, apontando para uma possível redução de 1% para 513,5 milhões de toneladas (base de arroz branco) contra 517,8 milhões de toneladas em 2018. No entanto, o impacto nos preços mundiais pode ser marginal graças aos estoques mundiais, que estão em seu nível histórico mais alto.

Na Índia, os preços de exportação recuaram, especialmente o arroz de baixa qualidade. Os excedentes exportáveis são abundantes e espera-se uma elevação na safra 2019. O enfraquecimento do comércio mundial tende a reduzir as vendas da Índia, que podem atingir 11,8 milhões de toneladas, leve alta ante 2018. A Índia depende principalmente da demanda da África. Por outro lado, está muito menos presente no Sudeste Asiático, o segundo maior mercado de importação depois da África. Isso ocorre devido a barreiras não tarifárias.

Na Índia, as exportações atingiram 650.000 toneladas em agosto contra 790.000 toneladas em julho, uma queda de 15% em relação ao ano passado na mesma época. Em setembro, o arroz indiano 5% caiu para US$ 371,00 por tonelada FOB contra R$ 374,00 por tonelada em agosto. O arroz indiano 25%, por outro lado, cedeu 5%, para R$ 330,00 por tonelada contra R$ 346,00 por tonelada anteriormente. Neste início de outubro, os preços se mantêm estáveis.

Na Tailândia, os preços de exportação caíram 1% em setembro devido à redução da demanda de importação, mas são ainda os menos competitivos em comparação aos principais concorrentes asiáticos. A Tailândia também deve enfrentar a nova concorrência da China, especialmente nos mercados da África. Em setembro, as exportações tailandesas atingiram 425.000 toneladas contra 448.000 toneladas em agosto. Em 2019, as vendas externas podem recuar 20% para 9 milhões de toneladas contra 11 milhões de toneladas em 2018. Em setembro, o preço do arroz Thai 100% B passou para R$ 415,00 por tonelada contra R$ 420,00 por tonelada em agosto. O Thai parboilizado também caiu para R$ 414,00 por tonelada contra R$ 418,00 por tonelada anteriormente. Neste início de outubro, os preços estão em baixa.

No Vietnã, os preços de exportação caíram significativamente, em média 12%. Este país tenta aumentar suas vendas antes da chegada gradual da nova colheita. No entanto, a demanda de importação do Sudeste Asiático tende a ser menos ativa e as vendas para a China caíram drasticamente em 65% em comparação com o ano passado, na mesma época. Em setembro, as exportações recuaram, mas atingindo níveis satisfatórios de 586.000 toneladas contra 629.000 toneladas em agosto, mantendo, assim, um avanço de 3% em relação a 2018. Em setembro, o Viet 5% caiu para R$ 323,00 por tonelada contra R$ 370,00 por tonelada em agosto. Neste início de outubro, os preços estão em viés altista.

No Paquistão, os preços do arroz permaneceram relativamente estáveis. Para compensar a redução na demandada China, o Paquistão tenta aumentar as vendas ao Oriente Médio, enquanto ainda há incerteza no mercado da África devido à forte concorrência entre exportadores asiáticos e a situação na Nigéria. Em setembro, o Pak 25% esteve cotado a R$ 337,00 por tonelada contra R$ 338,00 por tonelada em agosto. Neste início de outubro, os preços estão mais firmes.

Na China, as exportações atingiriam 248.000 toneladas em agosto, metade das quais seriam destinadas à África. As vendas externas aumentaram 70% em comparação com 2018 na mesma época. As perspectivas de exportação foram aumentadas, para refletir mais atividade nos mercados africanos, podendo atingir um total de 3,3 milhões de toneladas em 2019.

Nos Estados Unidos, os preços de exportação permaneceram estáveis em um mercado menos ativo. Em setembro, as exportações atingiram 275.000 toneladas contra 326.000 toneladas em agosto, um avanço de 10% em relação ao ano passado na mesma época. O México é o principal cliente, com 22% das vendas externas, seguido pelo Haiti (14%) e Japão (12%), já sendo 48% do total das exportações nos primeiros nove meses do ano. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 permaneceu inalterado em R$ 510,00 por tonelada. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz – CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.