14/Ago/2019
Segundo a FAO, a produção mundial em 2018 ficou em 778,6 milhões de toneladas de arroz em casca (517 milhões de toneladas base beneficiado), sendo 1,5% a mais do que em 2017. Este aumento é devido às boas condições climáticas no Hemisfério Norte e a preços mais atrativos. Na Ásia, as colheitas foram satisfatórias, especialmente na Índia, onde a produção atingiu um recorde, crescendo 3% devido às chuvas e à revalorização dos preços mínimos. Por outro lado, na China, a produção caiu 1% com uma redução nas áreas plantadas. Na África, as colheitas aumentaram 6,8% graças à recuperação da produção no leste e sudeste do continente, na Tanzânia e em Madagascar. Nas regiões ocidentais da África, a produção também aumentou 4,3%, graças a programas de incentivo para cadeias de valor locais. Enquanto isso, no Egito, a produção caiu 23% devido a uma redução drástica nas áreas plantadas para economizar recursos hídricos.
Em 2019, a produção mundial deve recuar levemente para 777,6 milhões de toneladas. Nos grandes países produtores asiáticos, as safras podem ser menores do que o esperado devido à seca. Na África, a produção pode recuar 5%. Essa redução deve afetar principalmente as regiões ocidentais do continente (-7%), com chuvas insuficientes. No Mercosul, as colheitas não foram significativas este ano por causa de uma redução nas áreas de arroz. Em 2018, o comércio mundial permaneceu estável em 48,4 milhões de toneladas. O mercado esteve bastante ativo durante boa parte do ano graças à demanda do Sudeste Asiático, incluindo a Indonésia e as Filipinas. Em contraste, no sul da Ásia, a demanda de importação diminuiu significativamente, especialmente em Bangladesh. No resto do mundo, as importações mantiveram-se estáveis graças a um melhor abastecimento interno. Do lado da oferta, as exportações foram bastante satisfatórias, exceto na Índia, onde as vendas externas caíram 2,5% em relação ao recorde de 2017.
Em 2019, as projeções indicam um declínio no comércio mundial de arroz de 3,1% a 46,9 milhões de toneladas. Esta queda pode afetar principalmente a Índia e a Tailândia. Os estoques mundiais de arroz no final de 2018 avançaram 2,3% para 173,9 milhões de toneladas contra 170,0 milhões de toneladas em 2017, atingindo seu nível histórico mais alto. Em 2019, espera-se um aumento adicional de 3,9% para 180,6 milhões de toneladas, equivalente a 35% do consumo mundial. Este aumento adicional deve-se à reconstituição de reservas da China e da Índia, bem como às da Indonésia e das Filipinas. Globalmente, os estoques dos principais países exportadores registraram em 2018 o nível mais baixo desde 2010, a 33,2 milhões de toneladas, mas deve haver uma recuperação em 2019, para 37 milhões de toneladas, equivalente a 21% das reservas mundiais. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz – CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.