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28/Mai/2019

Varejo: crise da Casino pode afetar GPA no Brasil

As ações do grupo francês Casino, dono da rede Pão de Açúcar e da Via Varejo (união da Casas Bahia e Ponto Frio), voltaram a subir, após a Rallye, holding que controla a varejista francesa, ter obtido proteção da Justiça francesa contra credores. Os papéis da Rallye, entretanto, tiveram forte queda de 61,2% em um dia. Com pesadas dívidas que beiram os 3 bilhões de euros, o empresário Jean-Charles Naouri, que comanda a Rallye e o Casino, ganhou seis meses para fazer a reorganização financeira dos seus negócios. A Rallye tem dívida líquida de 2,9 bilhões de euros, dos quais 2,7 bilhões de euros são oriundos do Casino. O principal ativo da Rallye é a sua participação de 51,7% no grupo Casino. A Rallye, por sua vez, é controlada pela Fonciere Euris, Finatis e Euris - todas essas empresas estão nas mãos do presidente do Casino. Nos últimos meses, o empresário tem realizado uma série de vendas de ativos não estratégicos do Casino fora da Europa para tentar reestruturar as dívidas de suas companhias.

No Brasil, a alternativa seria vender sua participação na Via Varejo - um processo que se arrasta há cerca de dois anos. Se não encontrar um comprador para a dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, o Casino deverá vender cerca de 36% das ações que detém na companhia na Bolsa. Fundos de investimentos estão de olho no negócio. O empresário Michel Klein, sócio da Via Varejo, teria interesse em aumentar sua fatia. Já a venda do Grupo Pão de Açúcar (GPA) não está nos planos de Naouri. O GPA pertencia ao empresário Abilio Diniz, que foi sócio do Casino e deixou a empresa varejista fundada pelo seu pai em 2013, depois de uma longa disputa societária que envolveu até uma tentativa de fusão entre o GPA e o Carrefour, principal rival do Casino. Pouco tempo depois de deixar o Pão de Açúcar, Abilio Diniz tornou-se um dos principais acionistas do grupo francês Carrefour.

No ano passado, uma aproximação entre os acionistas do Casino e Carrefour chegou a ser costurada, mas não foi levada adiante. O Casino disse que foi informado pelo acionista de referência, Rallye, do lançamento de um procedimento de salvaguarda, mas que esses procedimentos não se referem ao Casino nem às suas operações. Não afetariam ainda seus funcionários e a execução de seu plano estratégico. Embora o Casino tenha informado que seus negócios não serão afetados, há um impacto negativo sobre o grupo Pão de Açúcar. A crise financeira do controlador do Casino poderá acelerar a reorganização dos negócios do grupo na América Latina. Em nota, GPA e Via Varejo reafirmaram que o pedido de proteção aos credores da Rallye refere-se apenas aos acionistas do Casino e não tem nenhum impacto nas operações do grupo. As ações do grupo Pão de Açúcar e Via Varejo estão praticamente estáveis. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.