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27/Mai/2019

Acordo Mercosul e UE poderá ser firmado em julho

Segundo o ministro das Relações Exteriores do Brasil, as negociações comerciais entre a União Europeia e o Mercosul não devem ser afetadas pela declaração feita pelo Ministério da Agricultura da França em defesa de suas normas e padrões. O ministério francês enfatizou a disposição de não ratificar qualquer acordo que prejudique os interesses dos agricultores e consumidores franceses, os requisitos de saúde e qualidade alimentar das normas europeias e os nossos compromissos ambientais no âmbito do Acordo de Paris. A França, tradicionalmente, é um dos países que mais resistiram a concessões necessárias para acordos com o Mercosul. Conforme o chanceler, o Mercosul, e mais especificamente o Brasil, têm feito nos últimos meses grandes esforços para renovar as posições de uma maneira que permita a conclusão do acordo.

Ele não quis, no entanto, falar sobre os principais pontos de impasse das negociações. Ele disse também esperar esforço pela parte europeia e lembrou que a negociação é feita entre os países do Mercosul e a Comissão Europeia, que, por sua vez, é que negocia com seus países. Segundo o ministro, O Brasil não vai negociar diretamente com a França, e sim a Comissão Europeia, que deve fazer um pacote que atenda a seus estados-membros. O ministro afirmou ainda que, em contatos recentes com ministros de países importantes da União Europeia, como Alemanha e Itália, houve expressões de muito interesse pela conclusão do acordo. Assim, a despeito de a França ter reforçado alguns pontos sobre as negociações entre a União Europeia e o Mercosul, o acordo entre as duas partes não está sob risco, acredita o ministro. Ele afirma estar otimista porque há um sentimento de uma janela de oportunidade que existe hoje dos dois lados.

Para o chanceler, é normal que determinados países expressem determinadas posições, mas ele disse ter certeza de que a dinâmica negociadora não será afetada por essa declaração. São posições legítimas da França e que vão na linha de uma atitude já conhecida: a de que a França, e talvez outros países, vêm tendo em relação à proteção da sua agricultura. É preciso, porém, conforme o ministro, que o conjunto dos países europeus façam um balanço do valor estratégico do acordo como um todo em função dos eventuais sacrifícios em certas posições. Na opinião do ministro, apesar da declaração do governo francês, ainda é possível pensar em uma conclusão de um consenso entre as partes até julho. A expectativa do Brasil é de que com mais uma reunião técnica e mais uma ministerial, seja possível concluir o acordo que trará muitos benefícios para as economias dos países do Mercosul e da União Europeia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.