30/Abr/2019

Nos últimos 30 dias, o preço médio do arroz em casca FOB produtor no Rio Grande do Sul acumula uma expressiva alta de 10,2%, estando, em termos nominais, 20,2% acima da média registrada neste mesmo período do ano passado. O preço médio atual é de R$ 43,61 por saco de 50 Kg para o produtor do Rio Grande do Sul, mas as cotações superam os R$ 50,00 por saco de 50 Kg nas regiões com ofertas de produto de variedades nobres, com alto percentual de grãos inteiros. Quebras na safra gaúcha e brasileira, dólar em alta, exportações aquecidas, importações lentas e oferta ajustada à demanda neste período de final de colheita dão suporte à recuperação mais acelerada dos preços pagos aos produtores.

A produção brasileira de arroz está estimada em 10,560 milhões de toneladas – a menor colheita desde a temporada 2003/2004 – e, mesmo que as exportações brasileiras recuem de forma expressiva, as importações terão que crescer significativamente para atender a demanda interna brasileira da atual safra. Caso as exportações recuem mais de 40% em volume, para 1,0 milhão de toneladas (base casca), ainda seriam necessárias importações de até 1,3 milhão de toneladas para fechar o ano com estoques mínimos para atender pelo menos uma semana de consumo interno. Os estoques iniciais dessa safra 2018/2019 estão agora projetados em 671 mil toneladas (base casca), que, somados a uma produção estimada em 10,560 milhões de toneladas geram uma oferta de apenas 11,232 milhões de toneladas.

O consumo interno, enfraquecido nos últimos anos, deve recuara para 11,2 milhões de toneladas (base casca). Com exportações de 1,0 milhão de toneladas, a demanda total somaria 12,2 milhões de toneladas – muito acima da oferta. No médio e longo prazo, a tendência é altista para os preços do arroz no Brasil, mas o teto para os preços dependerá de variáveis importantes, como, por exemplo, a taxa de câmbio e os rumos dos preços internacionais (que determinarão a paridade de exportação de arroz brasileiro). Os preços internacionais do arroz estão mais firmes, tanto para produto Long Grain dos Estados Unidos como para os asiáticos de qualidade mais elevada. O El Niño previsto para os próximos meses pode trazer secas para regiões da Ásia e dar maior sustentação aos preços globais.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.