16/Mai/2023

Em abril, os preços mundiais do arroz aumentaram em média 3,5% devido à forte demanda da Ásia e da África, enquanto os suprimentos exportáveis estão mais apertados, pelo menos até que a nova safra comece a chegar em junho. As previsões de produção para 2023/2024 podem ser revisadas para baixo devido ao risco de seca nas principais regiões produtoras da Ásia como consequência do fenômeno meteorológico El Niño. Os especialistas preveem até um evento climático particularmente severo em 2023, que terá um impacto sobre os suprimentos exportáveis em 2024.

Portanto, espera-se uma tendência altista sobre os preços mundiais do arroz nos próximos meses. No último ano, os preços mundiais já se valorizaram em uma média de 20%. A Índia e o Paquistão registraram os maiores aumentos, entre 30% e 40%, devido à nova política de preços de exportação da Índia e à queda de 30% na produção do Paquistão. Na Tailândia e no Vietnã, embora os aumentos tenham sido mais moderados, os preços de exportação atingem o nível mais alto dos últimos dois anos. No início de maio, os preços mundiais permanecem firmes, marcando a maior alta em dez anos.

Na Índia, os preços do arroz subiram 2% em abril. Esse aumento, relativamente moderado, em comparação a seus principais concorrentes, deve-se à redução da demanda externa. Apesar das medidas restritivas de exportação e à nova política tributária sobre as exportações de arroz não-basmati. Os importadores afirmam sua preferência pelo arroz indiano, ainda competitivo em relação ao arroz tailandês e vietnamita. Em abril, o arroz indiano 5% esteve cotado a US$ 439,00 por tonelada FOB, contra US$ 431,00 por tonelada em março. O arroz 25% subiu para US$ 425,00 por tonelada contra US$ 418,00 por tonelada. Neste mês de maio, os preços permanecem firmes.

Na Tailândia, os preços subiram 5% em abril, estimulados pela forte demanda asiática, especialmente da Indonésia, bem como do Oriente Médio. Atualmente, o Iraque é o principal cliente, seguido pela Indonésia. Em 2023, as exportações tailandesas podem chegar a 8 milhões de toneladas devido à oferta de exportação mais abundante. O preço do arroz Thai 100%B esteve cotado a US$ 496,00 por tonelada em abril contra US$ 474,00 por tonelada em março. O arroz parboilizado subiu para US$ 491,00 por tonelada em abril contra US$ 466,00 por tonelada anteriormente. Porém, o arroz quebrado A1 Super permaneceu estável em US$ 426,00 por tonelada.

No Vietnã, os preços de exportação aumentaram 5% em abril devido à forte demanda da China e das Filipinas, seus principais mercados. Esse é o nível de preço mais alto dos últimos dois anos. Em abril, as exportações dobraram em comparação com abril de 2022, acumulando um aumento de 40%, para 2,95 ,00 por tonelada em relação ao ano anterior. No ritmo atual, as exportações em 2023 podem exceder a meta de 7 milhões de toneladas. O Viet 5% foi negociado a US$ 473,00 por tonelada em abril contra US$ 453,00 por tonelada anteriormente. O Viet 25% esteve cotado US$ 454,00 por tonelada contra US$ 434,00 por tonelada. Neste início de maio, os preços permanecem firmes.

No Paquistão, os preços do arroz subiram 8% em abril. Esse é o maior aumento mensal registrado desde dezembro de 2022. Os suprimentos exportáveis encontram-se no nível mais baixo após uma queda de 30% na produção em 2022. Em 2023, as exportações podem cair para 3,5 milhões de toneladas, contra 4,5 milhões de toneladas em 2022. Em abril, o Pak 25% esteve cotado a US$ 464,00 por tonelada contra US$ 431,00 por tonelada em março. Neste início de maio, os preços continuam significativamente altos.

Nos Estados Unidos, os preços do arroz permaneceram relativamente estáveis em abril, caindo um pouco no final do mês. Os suprimentos continuam fracos dentro de um mercado pouco ativo. Em abril, as exportações atingiram apenas 135.000 toneladas, contra 305.000 toneladas em março, 4% a menos que o ano passado na mesma época. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 caiu para US$ 734,00 por tonelada em abril contra US$ 735,00 por tonelada em março. Neste início de maio, os preços permanecem estáveis. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.