14/Abr/2023

O Citi iniciou a cobertura da companhia de alimentos Camil com recomendação de compra e preço-alvo da ação da companhia estimado em R$ 11,00. Atualmente a ação da companhia considera um Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 800 milhões, abaixo da estimativa do Citi de R$ 1,034 bilhão no ano fiscal 2023. O Citi projeta receita da Camil em R$ 11,257 bilhões ao fim do ano fiscal de 2023, com lucro líquido de R$ 434,636 milhões e margem Ebitda de 9,2%. Atualmente, a ação da empresa está sugerindo que os preços do arroz e do açúcar diminuirão 25% em relação ao ano anterior, o que é improvável.

As principais premissas do Citi consistem em: preços do arroz aumentando 3% na comparação anual em 2023, mas diminuindo 8% em 2024; preços do açúcar subindo 6% em 2023 e recuando 8% em 2024; e novos negócios (massas, biscoitos e café) atingindo 16% das vendas. Há deslocamento entre o preço negociado das ações da Camil e o valor praticado pelo arroz no Brasil, considerando o Indicador Cepea. Segundo o Citi, desde agosto do ano passado o índice Cepea do arroz subiu 16%, enquanto as ações da empresa caíram 28%.

A ação mantém uma correlação de cerca de 90% com esse índice, mas essa relação quebrou recentemente. Embora a empresa tenha entrado recentemente em novos segmentos, o arroz e o feijão ainda representam cerca de 60% das vendas da empresa, portanto, a expectativa é de que haja reversão da média. Sobre a previsão de Ebitda acima do mercado para a Camil, o banco atribui a previsão ao aumento previsto para os preços do arroz e do açúcar neste ano, o que também impulsionaria o Ebitda da empresa. De acordo com o Citi, o Ebitda da Camil cresce 3% a cada alta de 5% nos preços praticados do arroz.

No entanto, há risco de queda nos preços do arroz, dependendo do tamanho da colheita de trigo russa e da logística. O Citi cita também os esforços da Camil para acelerar o crescimento no segmento de café, ampliar a capilaridade do arroz e aumentar a distribuição de biscoitos por meio da malha interna. Como riscos para as ações da empresa, o banco aponta eventual queda dos preços das commodities, possível menor safra de arroz no País e consumo mais lento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.