17/Fev/2023
Com a proximidade da intensificação da colheita no País e o maior volume importado dos países do Mercosul, os preços do arroz em casca continuam em viés de baixa. Entretanto, com projeção de oferta mais restrita em 2023, com a menor safra no Brasil e com estoques de passagem mais baixos no início de 2023, a tendência é de preços médios mais elevados na atual safra. Com forte expansão das vendas externas e consumo interno estável, os estoques iniciais da atual safra 2023 sofreram forte recuo de 28%, caindo para apenas 1,9 milhão de toneladas (base casca). A área plantada no Brasil sofreu forte recuo de 9,3% na atual temporada 2022/2023, projetada pela nossa Consultoria em 1,468 milhão de hectares – o menor patamar da série histórica iniciada em 1976 –, com a produção estimada em apenas 10,1 milhões de toneladas, a menor desde 1997/1998. Apesar das graduais quedas neste mês de fevereiro, os preços do arroz em casca seguem sustentados em níveis elevados no mercado interno e acumulam uma expressiva alta nominal de 24,8% nos últimos 12 meses.
No Rio Grande do Sul, maior produtor do cereal no País, o preço médio do arroz em casca, com 58% de grãos inteiros, é de R$ 87,25 por saco de 50 Kg, com recuo de 0,7% nos últimos sete dias e de 5,0% nos últimos 30 dias. No Estado, as lavouras avançam para o estágio reprodutivo com a cultura também sofrendo com a estiagem, no entanto, dentro da região produtora há condições distintas entre as lavouras. Nos locais onde o abastecimento de água foi mantido, as lavouras estão apresentando boas condições de desenvolvimento, apesar das altas temperaturas nestes locais e não há registros de perdas significativas. Em outros pontos onde a escassez hídrica tem se acentuado, a produtividade potencial da cultura já está prejudicada e as perdas irreversíveis já começam a ser contabilizadas pelos produtores. Os níveis dos reservatórios de água dos rios e arroios seguem críticos.
Em Santa Catarina, as lavouras plantadas mais cedo, localizadas no vale do Itajaí já se encontram com 75% colhidas. O produto colhido apresenta boa qualidade e a produtividade média obtida é de 8.000 Kg por hectare. No acumulado de janeiro a dezembro de 2022, as exportações brasileiras de arroz (base casca) cresceram 84% ante o mesmo período do ano anterior, ante uma expansão de 21% das importações neste mesmo intervalo, gerando um superávit de 933 mil toneladas na balança comercial do setor. A forte expansão das exportações brasileiras ao México ao longo de 2022 é o principal fator que explica o acentuado incremento das vendas externas de arroz no ano passado. Em janeiro/2023, as exportações seguiram crescendo, com embarques de 152,3 mil toneladas (base casca), 11% acima do volume embarcado no mesmo mês do ano passado. Já as importações registraram alta expressiva, atingindo 123,1 mil toneladas (base casca), 282% acima do volume embarcado no mesmo mês do ano passado.
Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.