17/Fev/2023
Em janeiro, os preços mundiais do arroz permaneceram firmes, subindo em média 5%. A demanda do Sudeste Asiático continua bastante ativa, particularmente na Indonésia e nas Filipinas, assim como no Oriente Médio. Do lado dos exportadores, os abastecimentos estão cada vez mais apertados, pois os comerciantes antecipam uma redução na oferta exportável em 2023 devido à contração da produção mundial de 2,4%, a maior queda desde 2002. As tendências de altas nos preços mundiais afetam todos os mercados de exportação asiáticos, com exceção do Vietnã, onde os preços ficam ainda relativamente estáveis e são competitivos frente a seu concorrente tailandês. Neste mês de fevereiro, os preços mundiais recuaram, especialmente na Tailândia, devido à queda do bath em relação ao dólar.
Em 2023, os preços mundiais devem subir em todos os mercados de exportação, apesar da redução da demanda mundial. Na Índia, os preços do arroz subiram 6% em janeiro, mas continuam sendo os mais competitivos do mercado. Apesar das medidas restritivas de exportação anunciadas em setembro de 2022, as vendas externas foram bastante ativas no final do ano, totalizando 22,3 milhões de toneladas, 4% acima do recorde anterior em 2021. As previsões para 2023 indicam vendas de 20 milhões de toneladas, diminuindo em 13% devido à possível queda na produção de 2022/2023. Em janeiro, o arroz indiano 5% foi cotado a US$ 418 a tonelada FOB contra US$ 393 a tonelada em dezembro/2022. Na Tailândia, os preços subiram 6% devido à forte demanda do Sudeste Asiático. Em fevereiro, os preços recuaram com o enfraquecimento do bath em relação ao dólar.
Em janeiro, as exportações estiveram bastante ativas, atingindo 700.000 toneladas, contra 460.000 toneladas em janeiro de 2022. O preço do arroz Thai 100%B atingiu US$ 489 a tonelada, contra US$ 461 a tonelada em dezembro/2022. No Vietnã, os preços de exportação permaneceram relativamente estáveis, tendendo a se fortalecer no final de janeiro devido à diminuição anunciada da oferta exportável nos próximos meses. Em janeiro, as exportações vietnamitas atingiram 359.000 toneladas, contra 500.000 toneladas em janeiro de 2022. O Viet 5% foi negociado a US$ 457 a tonelada contra US$ 456 a tonelada em dezembro/2022. No Paquistão, os preços do arroz se fortaleceram em 6% e encontram-se poucos competitivos em relação aos preços indianos. A demanda externa debilitou-se, já que os operadores esperam que os preços caiam nas próximas semanas, à medida que aumente a oferta exportável.
Em 2023, as exportações poderiam permanecer estáveis em torno de 4,5 milhões de toneladas. Em janeiro, o Pak 25% subiu para US$ 452 a tonelada contra US$ 428 a tonelada em dezembro/2022. No início de fevereiro, os preços recuaram para US$ 440 a tonelada, ficando abaixo dos preços vietnamitas. Na China, a seca afetou as principais províncias produtoras de arroz, causando a uma redução de 1,3% na produção interna em 2022. Espera- se que a China utilize em parte seus estoques para atender às necessidades de consumo. Mas também é provável que ela continue com sua política de acumulação de estoques abastecendo-se nos mercados externos. Em 2023, as importações chinesas podem atingir um recorde de 6 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, os preços do arroz permanecem relativamente estáveis. Em janeiro, as exportações atingiram 180.000 toneladas, contra 190.000 toneladas em janeiro de 2022.
As vendas mensais médias em 2022 não ultrapassaram 200.000 toneladas, contra 260.000 toneladas em 2021, por causa da concorrência dos países do Mercosul em seus mercados tradicionais na América Central. O preço indicativo do arroz Long Gain 2/4 atingiu US$ 707 a tonelada contra US$ 704 em dezembro/2022. No início de fevereiro, os preços estavam firmes em US$ 725 a tonelada. No Mercosul, os preços de exportação permanecem firmes dentro de um mercado bastante ativo. As exportações do Mercosul fizeram progressos significativos nos mercados da América Central. O preço indicativo do arroz em casca brasileiro subiu 2,4%, para US$ 352 a tonelada, contra US$ 344 a tonelada em dezembro/2022. No início de fevereiro, o preço indicativo recuou com a chegada da nova safra. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz CIRAD - Fevereiro/2023. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.