ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

17/Jan/2023

Comércio global de arroz deve sofrer recuo em 2023

De acordo com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial de arroz em 2022 caiu 2,4% para 772,3 milhões de toneladas (512,8 milhões de toneladas base beneficiado) contra 791,6 milhões de toneladas em 2021. Este é o maior declínio desde 2002, devido às más condições climáticas no sul da Ásia, particularmente na Índia, onde a cultura principal caiu 4,5%. Na China, a produção teve queda de 1,3%. Em contraste, as safras na Tailândia e no Vietnã aumentaram 1%. Nos Estados Unidos, a produção caiu 14%, como resultado de uma nova redução nas áreas arrozeiras. No Mercosul, a produção caiu 8%, voltando ao seu nível de 2020. Na África Subsaariana, a produção de arroz foi novamente perturbada pela falta de insumos e inundações. Entretanto, a produção em 2022/2023 pode avançar, particularmente na África Ocidental. Em 2023, as perspectivas de produção mundial indicam um declínio de 2,4%. A redução afetaria os principais países produtores na Ásia, assim como no Hemisfério Ocidental e na União Europeia.

Em 2022, o comércio mundial de arroz aumentou 5,6%, para 54,5 milhões de toneladas. Esta estimativa foi relevada, após o relaxamento das restrições à exportação na Índia. Entretanto, os efeitos da menor produção mundial em 2022 devem ser sentidos no comércio mundial em 2023, diminuindo em 2,9%, para 52,9 milhões de toneladas. Na Ásia, as necessidades de importação permanecem estáveis, enquanto na África Subsaariana as importações aumentaram 6% em 2022, principalmente devido ao reavivamento das importações da Nigéria e da Costa do Marfim. As necessidades de importação também devem aumentar nas Américas como um todo, bem como na União Europeia. Do lado dos exportadores, as vendas indianas podem atingir 21 milhões de toneladas, com uma leve diminuição de 2% em comparação com o volume recorde de 2021. A Índia mantém sua liderança com quase 40% das exportações mundiais.

Enquanto isso, a Tailândia recupera seu segundo lugar no ranking mundial, à frente do Vietnã, graças à forte atividade no mercado externo no final de 2022. Os estoques mundiais de arroz no final de 2022 aumentaram 1,7%, para 197,1 milhões de toneladas, contra 193,8 milhões de toneladas em 2021. Eles representam 38% das necessidades de consumo mundial e permanecem acima da média dos últimos cinco anos. A queda de 2% nos estoques da China seria compensada pelo aumento de 16% nos estoques indianos. Entretanto, as reservas chinesas permanecem abundantes, equivalentes a 65% do consumo anual doméstico e 50% dos estoques mundiais. Nos principais países exportadores, os estoques aumentaram 15%, para 63 milhões de toneladas (32% dos estoques mundiais). Em 2023, espera-se que os estoques mundiais diminuam 1,6% devido à queda anunciada da produção mundial em 2022/2023. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.