17/Nov/2022

Em outubro, os preços mundiais do arroz apresentaram evoluções mistas com um aumento médio de apenas 1%. Apesar da queda previsível na produção mundial de arroz devido às más condições climáticas, o mercado mostra sobriedade com tensões moderadas nos preços mundiais. Apenas os preços do Vietnã aumentaram significativamente 5% devido à forte demanda externa e à oferta relativamente fraca. Os preços da Índia subiram apenas 2%, apesar do anúncio de medidas restritivas às exportações, que estão sujeitas a exceções a fim de honrar contratos já assinados e para descongestionar os portos de embarque. Em contraste, os preços da Tailândia caíram 3%, principalmente devido à desvalorização do bath tailandês em relação ao dólar.

Os preços do Paquistão recuaram 1% com a chegada da nova safra ao mercado. No Hemisfério Ocidental, os preços estiveram firmes devido à diminuição dos suprimentos exportáveis. Diante da queda da produção mundial, os países exportadores devem utilizar seus estoques para atender à demanda mundial, que será moderada nos próximos meses, seguindo o exemplo da China, cujas importações podem cair 5% em 2023. Na África Subsaariana, o maior polo de importação do mundo, a demanda tende a se enfraquecer devido aos estoques relativamente altos de arroz importado e à chegada das novas safras locais ao mercado.

Na Índia, os preços do arroz subiram 2% em outubro. Este aumento moderado deve-se ao fato de que o arroz indiano continua sendo exportado. O governo da Índia flexibilizou as restrições à exportação, permitindo a exportação de 1 milhão de toneladas, em trânsito nos portos de embarque, e vendas externas contratadas antes de 9 de setembro. Além disso, a Índia já exportou 90% de sua previsão anual, que deve atingir 21 milhões de toneladas em 2022, 2% abaixo do volume recorde de 2021. Em outubro, os preços estavam mais fracos devido à desvalorização da rupia em relação ao dólar e à mitigação da demanda, à medida que os importadores procuram outras origens para se abastecer. Em outubro, o arroz 5% esteve cotado a US$ 378,00 por tonelada FOB contra US$ 371,00 por tonelada em setembro. O arroz 25% subiu para US$ 365,00 por tonelada contra US$ 360,00 por tonelada.

Na Tailândia, os preços caíram 3%, voltando ao nível de agosto. A contração deve-se principalmente à desvalorização do bath tailandês em relação ao dólar. O bath marca o nível mais baixo desde 2006. Além disso, a demanda de importação está diminuindo, enquanto as novas colheitas do nordeste estão começando a chegar ao mercado. Entretanto, os exportadores esperam aproveitar das restrições indianas para atrair novos clientes. As exportações podem avançar para 8 milhões de toneladas em 2022, 30% a mais que em 2021, recuperando assim o segundo lugar no mundo à frente do Vietnã. O preço do arroz Thai 100%B esteve cotado a US$ 425,00 por tonelada em outubro contra US$ 436,00 por tonelada em setembro. O arroz parboilizado caiu para US$ 425,00 por tonelada contra US$ 436,00 por tonelada em setembro. Em contraste, o preço do arroz quebrado A1 Super ficou firme em US$ 380,00 por tonelada em outubro contra US$ 375,00 por tonelada em setembro. O arroz quebrado tailandês aproveita a interrupção das exportações de arroz quebrado da Índia e a falta de ofertas do Vietnã. Neste mês de novembro, os preços estão firmes devido a um melhor desempenho do bath em relação ao dólar e ao aumento da demanda externa.

No Vietnã, os preços de exportação aumentaram significativos 5% em outubro, e atingiram o nível mais alto desde junho de 2021. Espera-se que os preços permaneçam firmes até o final do ano devido à redução na oferta exportável e à forte demanda externa. Em outubro, as exportações do Vietnã aumentaram 25% para 714.000 toneladas contra 572.000 toneladas em setembro. As exportações avançaram 11% e podem atingir até 7 milhões de toneladas em 2022. O Viet 5% foi negociado a US$ 430,00 por tonelada contra US$ 409,00 por tonelada em setembro. O Viet 25% subiu para US$ 410,00 por tonelada em outubro contra US$ 390,00 por tonelada em setembro. Neste mês de novembro, os preços permanecem firmes.

No Paquistão, os preços do arroz diminuíram levemente em outubro com a chegada da nova safra. O declínio da rupia paquistanesa em relação ao dólar também contribuiu para a queda dos preços. Em 2022, as exportações podem atingir 4,5 milhões de toneladas, um avanço de 15% sobre 2021. Em outubro, o Pak 25% caiu para US$ 376,00 por tonelada contra US$ 378,00 por tonelada em setembro. Neste mês de novembro, os preços estão com tendência de alta devido a novas demandas externas.

Nos Estados Unidos, os preços do arroz subiram 1% no mês de outubro em um mercado ativo, apesar da forte concorrência do Mercosul em seus mercados tradicionais da América Central. As exportações subiram para 200.000 toneladas contra 160.000 toneladas em setembro. No entanto, as ventas externas estão com um atraso de 20%. A concorrência do Mercosul no México, principal mercado para o arroz norte-americano, é parcialmente compensada por bons resultados nos mercados do Caribe. O preço indicativo do arroz casca Long Grain 2/4 subiu para US$ 695,00 por tonelada em outubro ante US$ 686,00 por tonelada em setembro. Neste mês de novembro, os preços permanecem estáveis. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.