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11/Dec/2025

Preço interno sustentado pela exportação aquecida

O mercado brasileiro de algodão começou dezembro em ritmo lento no físico, mas sustentado pela firmeza de vendedores e pelo desempenho das exportações. A combinação de demanda externa consistente e disponibilidade interna elevada mantém os preços relativamente estáveis, enquanto a Bolsa de Nova York opera no campo positivo após o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O Indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com pagamento em 8 dias acumula baixa de apenas 0,09% na parcial de dezembro. O mercado oscila dentro de margens estreitas. As quedas pontuais são associadas à necessidade de caixa de alguns vendedores, enquanto as altas decorrem da maior seletividade de agentes capitalizados e da valorização de lotes de melhor qualidade. As indústrias reduzem o ritmo de compras à medida que se aproximam do recesso de fim de ano, o que limita a liquidez no mercado spot.

Além de cumprir contratos a termo, os compradores organizam programações para o início de 2026, enquanto questões logísticas típicas do período adicionam lentidão aos negócios. As exportações seguem como principal vetor de sustentação de preços. Em novembro, os embarques somaram 402,5 mil toneladas, o maior volume já registrado para o mês e 34,4% acima do observado em novembro do ano passado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No acumulado de 2025, o Brasil enviou 2,57 milhões de toneladas ao exterior, aproximando-se do recorde anual de 2,77 milhões contabilizado em 2024. O ritmo da primeira semana de dezembro, com média de 21,54 mil toneladas embarcadas por dia, reforça a expectativa de novo recorde anual. Na análise por destino, a China voltou a liderar as compras em novembro, com 26,2% da pluma embarcada, seguida por Índia (20,5%), Bangladesh (14%), Paquistão (10,3%), Turquia (9,3%) e Vietnã (8,7%).

Mesmo assim, no acumulado anual, os volumes enviados à China e ao Vietnã permanecem inferiores aos de 2024, quedas de 60,5% e 30,1%, respectivamente, enquanto outros mercados ganharam espaço, ampliando a diversificação comercial da pluma brasileira. Em Mato Grosso, principal Estado produtor, a comercialização segue avançando, mas ainda abaixo da média histórica. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indica que 74,78% da safra 2024/2025 foi negociada até novembro, atraso de 7,63% frente à média dos últimos cinco anos. Para a safra 2025/2026, 40,40% da produção estimada foi comercializada, também abaixo do padrão histórico, com atraso de 10,32%. Os preços médios de novembro recuaram para R$ 120,22 por arroba no ciclo atual e R$ 119,22 por arroba no próximo, quedas de 2,37% e 5,22%, respectivamente, no comparativo mensal, em linha com a acomodação das cotações ao longo do mês.

No mercado internacional, os contratos futuros do algodão na Bolsa de Nova York operavam em alta nesta quarta-feira (10/12), movimento que sinaliza alguma recomposição após o USDA divulgar um relatório considerado baixista. O USDA elevou os estoques finais dos Estados Unidos para 980 mil toneladas, revisou a produção para cima, atingindo 3,107 milhões de toneladas e reduziu o consumo doméstico. As exportações permanecem projetadas em 2,656 milhões de toneladas e o preço médio ao produtor foi reduzido de 62,00 centavos de dólar por libra-peso para 60,00 centavos de dólar por libra-peso. Mesmo com a oferta norte-americana maior no papel, o mercado reagiu ao ritmo mais lento de beneficiamento. O relatório Cotton Ginnings mostrou que 8,645 milhões de fardos haviam sido processados até 1º de dezembro, queda de 10,25% frente ao mesmo período do ano passado. A menor velocidade de beneficiamento reduz a disponibilidade física imediata e atua como contrapeso às revisões altistas no balanço de oferta e demanda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.