ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

16/Oct/2025

Preços globais do algodão se mantêm pressionados

Segundo a StoneX, o mercado de algodão continua pressionado por um conjunto de fatores que vai além da guerra comercial entre Estados Unidos e China. A resistência dos produtores em fixar contratos a preços baixos prolonga a tendência de queda das cotações. O algodão vem em trajetória de queda desde março de 2024, quando operava acima de US$ 1,00 por libra-peso. Hoje, está em torno de 63,00 centavos de dólar por libra-peso, reflexo do balanço global folgado e do comportamento dos agentes. O volume de posições não fixadas pelos produtores cresceu de forma expressiva. No fim de 2024, havia cerca de 10 mil contratos pendentes na Bolsa de Nova York. Em 2025, o número superou 50 mil. O produtor não encontra no mercado um cenário atrativo para fixar preços. Ele está postergando isso, mas o mercado sabe que em algum momento essa fixação vai ocorrer.

Fundos especulativos antecipam esse movimento e ampliam posições vendidas, apostando que as fixações futuras vão pressionar ainda mais as cotações. Qualquer movimento de alta pode ser acompanhado por fixações mais fortes, o que devolve o mercado para baixo. Vai levar tempo até o mercado se reequilibrar após esse período de preços baixos. Do lado da oferta, a safra norte-americana menor em 2025 poderia aliviar parte da pressão, mas o efeito tem sido limitado. A área plantada nos Estados Unidos caiu 14% em relação ao ano anterior, o que deve levar a estoques finais menores na safra 2025/2026. Mesmo assim, os preços continuam pressionados. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que as exportações norte-americanas se mantenham no mesmo nível do ano passado, mas esse número pode ser revisado para baixo.

Os embarques e as vendas externas dos Estados Unidos começaram o ciclo de forma lenta. A guerra comercial continua pesando, mas a demanda global também se ajusta. A China reduziu importações após duas boas safras, enquanto Vietnã, Paquistão e Bangladesh firmaram acordos para ampliar compras de algodão norte-americano. Os impactos, contudo, ainda são limitados. O Vietnã se tornou o principal destino do algodão americano, beneficiado por tarifa zero na importação da fibra, mas o vestuário produzido localmente chega ao mercado norte-americano com tarifa de 20%, o que reduz competitividade. O cenário combina três fatores de baixa: balanço global folgado, supersafra brasileira e menor disposição chinesa em importar. O mercado deve continuar pressionado até que esse excesso de oferta seja absorvido. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.