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15/Oct/2025

Preço do algodão pressionado no mercado interno

Do começo deste ano até a parcial de outubro, a paridade de exportação e o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma acumulam quedas similares, de 15,6% e de 15,7%, respectivamente. A baixa na paridade de exportação é influenciada pela desvalorização de 11,7% do dólar frente ao Real ao longo deste ano, pela baixa de 4,2% do Índice Cotlook A e pelo recuo de 7,1% no primeiro contrato negociado na Bolsa de Nova York. No Brasil, a pressão sobre as cotações vem justamente desse contexto internacional, da instabilidade geopolítica e da maior oferta da pluma. Nestes últimos dias, contudo, a moeda norte-americana tem se fortalecido frente ao Real, resultando em pequena recuperação da paridade de exportação, enquanto as cotações domésticas seguem em queda, voltando aos menores patamares nominais desde outubro de 2020.

Diante disso, na média da parcial de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ voltou a operar abaixo da paridade de exportação, o que não era verificado desde dezembro de 2024. O Indicador CEPEA/ESALQ, para pagamento em 8 dias, registra recuo de 1,74% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,53 por libra-peso. Na parcial de outubro, o Indicador acumula queda de 3,28%. Assim, a média de outubro do Indicador está 0,3% abaixo da paridade de exportação. A paridade de exportação (FAS) é de R$ 3,60 por libra-peso (65,97 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,61 por libra-peso (66,16 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Chicago, o recente fortalecimento do dólar, que tende a reduzir a competitividade da fibra norte-americana, e a queda nas cotações do petróleo pressionam os contratos futuros. O vencimento Dezembro/2025 apresenta baixa de 2,38% nos últimos sete dias, a 63,59 centavos de dólar por libra-peso; Março/2026, 2,73%, para 65,26 centavos de dólar por libra-peso; Maio/2026, 2,73%, para 66,56 centavos de dólar por libra-peso; e Julho/2026, 2,52%, para 67,79 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2025, encerrado em 9 de outubro, fechou a US$ 62,03 centavos de dólar por libra-peso, baixa de 2,04% entre 30 de setembro e 9 de outubro. A primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada nesta terça-feira (14/10), aponta produção nacional de pluma em 4,03 milhões de toneladas na safra 2025/2026, 1,1% inferior à previsão anterior.

A redução está associada à menor produtividade, estimada em 1.885 Kg por hectare de pluma, o que também está 3,5% abaixo da registrada na temporada 2024/2025 (1.954 Kg por hectare). Já a área cultivada deve crescer 2,5%, alcançando 2,138 milhões de hectares. Em Mato Grosso, principal Estado produtor, a área pode atingir 1,488 milhão de hectares, aumento de 1,8% em relação à safra anterior. Contudo, a produtividade deve cair 4,7%, para 1.859 Kg por hectare de pluma, resultando em produção de 2,767 milhões de toneladas, 3% menor. Na Bahia, o avanço da área deve mais do que compensar a redução na produtividade, elevando a produção estadual. A Conab também projeta consumo doméstico em 725 mil toneladas, levemente abaixo das 730 mil toneladas da safra anterior, e as exportações, em 3 milhões de toneladas, aumento de 2,1% no comparativo anual. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.