01/Oct/2025
A colheita de algodão da safra 2024/2025 está praticamente concluída no Brasil e o beneficiamento da pluma se aproxima dos 50% da produção, que, vale lembrar, deve ser recorde. Esse cenário mantém elevada a disponibilidade no mercado spot nacional, levando alguns vendedores a ficarem mais flexíveis nos valores pedidos, especialmente quando precisam liquidar lotes e/ou se capitalizar. Os compradores ativos seguem ofertando preços ainda menores, o que, por sua vez, limita os fechamentos. Esse contexto somado às recentes desvalorizações externas pressionam os valores domésticos do algodão em pluma. Setembro foi o quarto mês consecutivo de baixa. Assim, depois de atingir em maio o maior patamar deste ano, a média da pluma vem recuando desde então, chegando, em setembro, ao menor patamar real desde fevereiro de 2015.
Entre 29 de agosto e 29 de setembro, o Indicador CEPEA/ESALQ recuou 6,85%, fechando a R$ 3,63 por libra-peso no dia 29 de setembro. Especificamente nos últimos sete dias, a baixa é de 1,04%. A média do Indicador em setembro foi de R$ 3,71 por libra-peso, quedas de 6,59% frente a agosto/2025 e de 8,26% em relação a setembro/2024, sendo a também menor desde fevereiro/2015 (R$ 3,54 por libra-peso), em termos reais (IGP-DI de agosto/2025). Apesar disso, a média atual está 1,9% acima da paridade de exportação, evidenciando que negociar a pluma no mercado doméstico ainda está mais atrativo que vender ao externo. Em dólar, a média mensal foi de 68,89 centavos de dólar por libra-peso, 6,4% acima do primeiro vencimento negociado na Bolsa de Nova York (64,76 centavos de dólar por libra-peso), mas 11,7% abaixo do Índice Cotlook A (77,99 centavos de dólar por libra-peso).
Entre 29 de agosto e 29 de setembro, a paridade de exportação (FAS) foi de R$ 3,58 por libra-peso (67,39 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,59 por libra-peso (67,59 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, entre 29 de agosto e 29 de setembro, os contratos futuros recuaram. Outubro/2025 se desvalorizou 3,31%, a 63,05 centavos de dólar por libra-peso; Dezembro/2025, 1,56%, a 65,50 centavos de dólar por libra-peso; Março/2026 caiu 1,46%, a 67,44 centavos de dólar por libra-peso; e Maio/2026, 1,46%, a 68,77 centavos de dólar por libra-peso. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), até 25 de setembro, a colheita da safra 2024/2025 estava praticamente concluída (99,74%), restando apenas Bahia (98,6%) e Goiás (99,11%).
O beneficiamento alcançava 45,99% no País, sendo que 34% da produção de Mato Grosso estava beneficiada e 58% na Bahia. Na parcial de setembro, os embarques brasileiros voltaram a ganhar ritmo e alcançaram o maior volume desde maio, totalizando 158,09 mil toneladas de pluma, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A quantidade superou em 170,9% a de agosto/2025 (58,35 mil toneladas), mas ainda ficou 6,8% inferior ao total de setembro/2024 (169,54 mil toneladas). A média diária estava em 7,9 mil toneladas, contra 8,08 mil toneladas há um ano (-2,1%). Quanto aos preços, a pluma exportada foi negociada, em média, a 73,51 centavos de dólar por libra-peso, em setembro, alta de 1,6% no comparativo mensal, mas queda de 9,7% frente a setembro/2024. Em moeda nacional, o valor recebido foi de R$ 3,94 por libra-peso, 6,4% acima do praticado no mercado interno (R$ 3,71 por libra-peso). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.