25/Sep/2025
Os preços internos e externos do algodão seguem deprimidos, operando numa faixa entre 66,00 e 69,00 centavos de dólar por libra-peso há várias semanas, diante de um mercado pouco comprador, tanto no Brasil quanto no exterior. Do lado das exportações, além da queda de preços na Bolsa de Nova York, o recuo do dólar ante o Real nos últimos dias desestimula os embarques. A grande safra brasileira da fibra que acabou de ser colhida e somou 4 milhões de toneladas em 2024/2025, confirmada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), contribui para a pressão sobre os preços. Essa combinação de fatores (dólar baixo, safra robusta e demanda fraca) tem provocado o menor nível de preço no mercado interno dos últimos dois anos. O Indicador Cepea do algodão em pluma acumula perdas de 6,37% em 30 dias.
Nesta quarta-feira (24/09), os futuros de algodão negociados na Bolsa de Nova York fecharam em baixa. O mercado foi pressionado pelo fortalecimento do dólar ante as principais moedas, que diminui a competitividade de commodities produzidas nos Estados Unidos. O vencimento dezembro da pluma recuou 47 pontos (0,71%), e fechou a 66,17 centavos de dólar por libra-peso. O que também contribui para pressionar os preços é um certo "represamento" dos embarques para exportação no Brasil. Como a colheita atrasou, principalmente em Mato Grosso, as exportações não estão no ritmo e volume desejados. Essa situação deve melhorar nos próximos meses. Por enquanto, o produtor está mais preocupado em cumprir contratos fechados há alguns meses. Mas, paralelamente a isso, já surgem algumas poucas ofertas para pronta entrega, com alguma característica inferior de qualidade.
São lotes sem o nível de qualidade para os contratos firmados anteriormente e que o produtor tenta revender no mercado spot para ter um reforço de caixa. O petróleo, que costuma nortear os preços da fibra natural, que concorre com a fibra sintética feita a partir do combustível fóssil, não tem influenciado, neste momento, os preços do algodão na Bolsa de Nova York ou no Brasil. O que está pressionando mesmo é a questão da maior oferta e da baixa demanda, além de um cenário geopolítico incerto. Junte-se a isso a safra de algodão nos Estados Unidos, que está em plena colheita. A previsão de colheita norte-americana da safra 2025/2026, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), é de 2,879 milhões de toneladas, ante 3,138 milhões de toneladas de algodão do ciclo anterior. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.