18/Sep/2025
Os preços do algodão seguem pressionados, tanto no mercado interno quanto no externo. A demanda doméstica por parte das fiações anda a passos lentos e, quando há propostas de compra, as indicações apontam para valores mais baixos do que gostariam produtores. No mercado interno, há insegurança quanto à demanda por produtos têxteis pelo consumidor final, o que inibe compras de lotes volumosos de algodão pelas indústrias. No exterior, as questões envolvendo geopolítica, como as tarifas de importação impostas a vários países pelos Estados Unidos, trazem insegurança e deprimem as cotações na Bolsa de Nova York. O algodão tem sofrido bastante com essa situação geopolítica complexa.
Além disso, a entrada da safra brasileira de algodão 2024/2025, mesmo que tenha sido colhida com atraso, também contribui para pesar sobre os preços. O Brasil é o principal exportador mundial de algodão, à frente dos Estados Unidos, o segundo maior. O petróleo, que costuma influenciar a oscilação das cotações do algodão, não tem sido determinante, nos últimos dias, para balizar a Bolsa de Nova York. O que existe é falta de demanda por algodão e o receio do consumidor final com a atual conjuntura política e financeira, tanto no Brasil quanto no exterior. A instabilidade do governo Donald Trump, nos Estados Unidos, acaba se refletindo no Brasil. A queda expressiva do dólar ante o Real nos últimos dias também desestimula a exportação brasileira.
A apreciação do Real se dá em sintonia com o enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior, tanto em relação a divisas fortes quanto emergentes. Outro desestímulo aos embarques externos é a queda na paridade de exportação nos portos brasileiros. A paridade de exportação (condição FAS - Free Alongside Ship) é de R$ 3,60 por libra-peso (67,70 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,61 por libra-peso (67,90 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), o menor valor nominal desde 15 de dezembro de 2020, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Os preços deprimidos devem desestimular o plantio de algodão na próxima safra, referente ao ciclo 2025/2026. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.