17/Sep/2025
Os preços externos e internos do algodão em pluma permanecem enfraquecidos. No cenário internacional, os contratos na Bolsa de Nova York operam em baixos patamares e o dólar registra a menor cotação desde meados de 2024. Além disso, a paridade de exportação caiu, com o valor voltando ao que era observado em dezembro de 2020. Esse cenário, aliado à expectativa de safra recorde no Brasil e à demanda interna contida, mantém as cotações domésticas pressionadas. No campo, a colheita da temporada 2024/2025 caminha para a finalização. Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), até o dia 11 de setembro, 97,16% das lavouras haviam sido colhidas e 35,69% já estavam beneficiadas. Diante disso, a maior parte dos produtores, atenta aos atuais patamares no spot, continua priorizando o cumprimento de contratos a termo. Uma parcela menor, com necessidade de liquidez ou capitalização, tem cedido nos preços para viabilizar negócios. Os compradores, por sua vez, seguem cautelosos, limitando-se a aquisições pontuais e/ou ofertando valores abaixo do esperado.
O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias registra recuo de 1,96% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,67 por libra-peso. Vale destacar que, no dia 12 de setembro, o Indicador fechou a R$ 3,65 por libra-peso, o menor nominal desde 6 de julho de 2023 (R$ 3,64 por libra-peso). Entre 29 de agosto e 15 de setembro, a queda acumulada é de 6,05%. Ainda assim, na parcial de setembro, a cotação doméstica segue, em média, 2,7% acima da paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS - Free Alongside Ship é de R$ 3,60 por libra-peso (67,70 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,61 por libra-peso (67,90 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), o menor valor nominal desde 15 de dezembro de 2020, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os quatro primeiros contratos acumulam alta nos últimos sete dias, sustentados principalmente pela valorização do petróleo no mercado internacional.
O vencimento Outubro/2025 registra avanço de 1,32% nos últimos sete dias, a 65,42 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2025 tem avanço de 0,95%, a 66,84 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2026 apresenta alta de 0,9%, a 68,75 centavos de dólar por libra-peso; e o Maio/2026 acumula alta de 0,81%, a 70,09 centavos de dólar por libra-peso. Relatório deste mês da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que a produção nacional de pluma deve alcançar, pela primeira vez, 4 milhões de toneladas, 3,21% acima da estimativa de agosto e 9,7% maior que na temporada 2023/2024. O resultado é reflexo do crescimento de 7,3% na área cultivada, para 2,09 milhões de hectares, e do avanço de 2,3% na produtividade, prevista em 1.947 Kg por hectare (reajuste mensal de 3,19%). Em Mato Grosso, maior Estado produtor, a produtividade foi ajustada positivamente em setembro (em 4,46% frente ao mês anterior e em 4,9% sobre 2023/2024), favorecida pelo clima seco, que contribuiu tanto para a colheita quanto para a qualidade da fibra da 2ª safra. Com isso, a produção estadual deve atingir 2,87 milhões de toneladas (+8,3% frente à temporada passada).
A área cultivada é estimada em 1,46 milhão de hectares, aumento de 3,3% em relação ao ciclo anterior. Segundo relatório de setembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial da safra 2025/2026 deve alcançar 25,622 milhões de toneladas, 0,9% acima da previsão anterior, mas ainda 1,3% menor que a da temporada 2024/225. O consumo mundial foi estimado em 25,87 milhões de toneladas, 0,7% superior ao do mês anterior e apenas 0,3% abaixo da temporada passada, indicando que a demanda deve superar a oferta em 0,98%. Assim, os estoques mundiais devem cair 1% em relação a agosto e 1,2% frente à temporada anterior, para 15,925 milhões de toneladas (contra 16,093 milhões de toneladas em 2024/2025). As transações globais tiveram reajuste positivo de 0,3% frente ao mês anterior, com projeção de 9,52 milhões de toneladas em 2025/2926. As importações devem avançar 1,3% e as exportações, 2,3% na comparação com 2024/2025. O preço médio pago ao produtor norte-americano deve permanecer estável, em 64,00 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.