10/Sep/2025

Setembro começou registrando quedas mais frequentes e intensas nas cotações do algodão em pluma, que, agora, operam abaixo de R$ 3,80 por libra-peso, patamar que não era observado há mais de dois anos. Esse movimento está associado aos avanços da colheita e do beneficiamento da safra 2024/2025, que ampliam a disponibilidade de lotes, e à maior flexibilidade de parte dos vendedores, sobretudo daqueles que precisam se capitalizar. As desvalorizações externa e do dólar também reforçam o movimento de baixa no mercado doméstico. Com as quedas constantes, muitos vendedores optaram por se afastar do spot nacional e priorizar o cumprimento de contratos a termo, que, por sua vez, foram realizados a valores mais atrativos que os atuais.

Do lado da demanda, compradores têm atuado com cautela, realizando aquisições pontuais. Além disso, algumas indústrias estão abastecidas e/ou recebem matéria-prima de programações que atendem às necessidades imediatas. Nos últimos sete dias, o Indicador CEPEA/ESALQ (pagamento em oito dias) recuou 3,54%, fechando a R$ 3,74 por libra-peso, o menor valor nominal desde 7 de julho de 2023 (R$ 3,70 por libra-peso). Entre 29 de agosto e 8 de setembro, a queda acumulada foi de 4,18%. Apesar disso, neste início de setembro, a cotação doméstica está, em média, 3,9% acima da paridade de exportação. No entanto, considerando apenas o dia 8 de setembro, a diferença foi de 2,3%, a menor desde 29 de janeiro deste ano (1,9%).

De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), até 4 de setembro, 90,83% das lavouras da safra 2024/2025 haviam sido colhidas e 30,65% já estavam beneficiadas. Em Mato Grosso, a colheita chegou a 92%, com 24% do volume beneficiado. Na Bahia, 83,6% da área havia sido colhida até a mesma data, com 48% já passando pelo beneficiamento. A paridade de exportação é de R$ 3,64 por libra-peso (67,33 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e a R$ 3,65 por libra-peso (67,52 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, os quatro primeiros contratos são pressionados pela desvalorização do petróleo e pelo avanço do dólar frente às principais moedas, fatores que tendem a reduzir a demanda pela pluma norte-americana. Nos últimos sete dias, o vencimento Outubro/2025 registra recuo de 0,98%, a 64,57 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2025 tem baixa de 0,5%, a 66,21 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2026 tem queda de 0,44%, a 68,14 centavos de dólar por libra-peso; e o Maio/2026 apresenta desvalorização de 0,37%, a 69,53 centavos de dólar por libra-peso. Vale lembrar que, no dia 1º de setembro, o mercado esteve fechado devido ao feriado de Labor Day, nos Estados Unidos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.