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04/Sep/2025

Preço do algodão pressionado no mercado interno

A cotação interna do algodão em pluma caiu ao longo de agosto, encerrando o período operando em torno dos R$ 3,90 por libra-peso, trata-se do terceiro mês consecutivo de baixa. A pressão vem das desvalorizações internacionais, da entrada, ainda tímida, da temporada 2024/2025 no mercado doméstico e da necessidade de parte dos vendedores em “fazer caixa”. Com o atraso da safra, a maior parte dos lotes vem sendo destinada ao cumprimento de contratos a termo, o que limitou a disponibilidade, sobretudo da fibra de melhor qualidade. Apesar do avanço da colheita nos últimos dias, o beneficiamento e a classificação ainda estão em fase inicial, mantendo o mercado lento. Entre 31 de julho e 29 de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 5,49%, fechando a R$ 3,90 por libra-peso no dia 29 de agosto.

Ainda assim, a cotação doméstica esteve, em média, 6,8% acima da paridade de exportação no mês, a menor vantagem desde fevereiro/2025, quando a diferença foi de 5,7%. Nos últimos sete dias, o Indicador registra recuo de 0,65%, cotado a R$ 3,88 por libra-peso, o menor valor nominal desde 12 de junho/2024 (R$ 3,87 por libra-peso). Em agosto, o Indicador teve média de R$ 3,97 por libra-peso, 3,49% inferior à média de julho/2025, 3,44% abaixo da de agosto/2024 e a menor desde novembro/2024 (R$ 3,92 por libra-peso), em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de julho/2025). Em dólar, a média mensal do Indicador à vista foi de 72,74 centavos de dólar por libra-peso, 10,6% acima do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York, de 65,78 centavos de dólar por libra-peso, mas 7,4% abaixo do Índice Cotlook A (pluma posta no Extremo Oriente), de 72,97 centavos de dólar por libra-peso.

A paridade de exportação FAS (Free Alongside Ship) caiu 3,3% entre 31 de julho e 29 de agosto, para R$ 3,67 por libra-peso (67,86 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e R$ 3,68 por libra-peso (68,05 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. O movimento refletiu a desvalorização de 3,23% do dólar frente ao Real, que fechou agosto a R$ 5,42. O Índice Cotlook A encerrou o mês passado em 78,20 centavos de dólar por libra-peso. Na Bolsa de Nova York, entre 31 de julho e 29 de agosto, o contrato Outubro/2025 caiu 0,61%, a 65,21 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2025 recuou 1,06%, a 66,54 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2026, 0,23%, a 68,44 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento Maio/2026 subiu 0,07%, a 69,79 centavos de dólar por libra-peso.

O Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) estima a área mundial em 30,8 milhões de hectares em 2025/2026, queda de 0,76% frente à safra anterior. A produtividade, porém, deve crescer 1,4%, para 829,18 Kg por hectare, resultando em produção de 25,55 milhões de toneladas (+0,63% na comparação anual). O consumo global pode chegar a 25,519 milhões de toneladas, quase em equilíbrio com a oferta. As exportações mundiais devem somar 9,628 milhões de toneladas (+3,2%), enquanto os estoques podem atingir 16,598 milhões de toneladas, 2,92% abaixo do estimado em agosto, mas ainda 0,15% acima de 2024/2025. No Brasil, a produção deve aumentar 7,19%, para o recorde de 3,92 milhões de toneladas em 2025/2026, sustentada pela maior área cultivada. O consumo interno é estimado em 752 mil toneladas (+0,27% ante a safra anterior), o maior desde 2014/15 (801 mil toneladas). As exportações podem atingir 3,045 milhões de toneladas (+7,41%), também recorde. Com isso, os estoques finais devem chegar a 1,097 milhão de toneladas (+12,85%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.