01/Sep/2025
A Índia prorrogou a isenção das taxas de importação de algodão por três meses, até o final de dezembro, enquanto busca apoiar a indústria de vestuário local que foi atingida pelas pesadas tarifas dos Estados Unidos. As importações devem sustentar os preços globais do algodão, que apagaram as perdas e subiram 0,2% após a ordem. Porém, também devem reduzir a demanda por algodão local, pressionando os preços domésticos. A Índia, segunda maior produtora de algodão do mundo, havia anunciado anteriormente a isenção sobre as importações de algodão de uma tarifa de 11% até o final de setembro. Agora, estendeu a medida até 31 de dezembro. O algodão provavelmente será originado da Austrália, Brasil, Estados Unidos e África, que têm excedente disponível para exportação.
A duplicação das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as importações da Índia para até 50% em produtos como vestuário e joias entrou em vigor no dia a 26 de agosto. Os Estados Unidos são o maior mercado da Índia para vestuário e joias, com valor de quase US$ 22 bilhões em 2024. A Índia tem uma participação de 5,8% no mercado de vestuário dos Estados Unidos, atrás da China, Vietnã e Bangladesh. Segundo a Associação de Algodão da Índia, a isenção de impostos até o final do ano permitirá que as empresas têxteis indianas importem algodão mais barato, aliviando a pressão em meio a uma desaceleração na demanda dos Estados Unidos. Com a extensão da isenção de impostos, as importações poderão atingir um recorde de 4,2 milhões de fardos este ano.
É provável que as fortes importações continuem no primeiro trimestre do próximo ano também. O ano de comercialização do algodão na Índia vai de outubro a setembro. A janela de importação anterior, que terminava em setembro, era muito estreita. As fábricas têxteis não puderam importar algodão durante aquele período, já que a viagem a partir dos países exportadores normalmente leva mais de um mês. Mas, agora elas podem fazer pedidos de grandes quantidades para o período seguinte. O custo de desembarque do algodão importado é cerca de 5% a 7% menor do que o dos suprimentos locais, e a qualidade também é superior. A maior parte das importações chegará por volta do trimestre de dezembro, exatamente quando a safra local chegar ao mercado. É provável que isso pressione os preços locais para baixo. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.