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27/Aug/2025

Preço do algodão pressionado no mercado interno

Os preços internos e externos do algodão em pluma estão em queda. Com o avanço da colheita e do beneficiamento no Brasil, os produtores têm priorizado os embarques referentes aos contratos a termo, principalmente porque a maior parte deles foi firmada a valores mais vantajosos que os atuais preços praticados no mercado spot. Outra parcela dos vendedores até disponibiliza alguns volumes e mostra maior flexibilidade, mas os compradores ofertam valores menores para novas aquisições, o que pressiona as cotações. Além disso, a dificuldade na aprovação dos lotes também limita uma maior liquidez. Do lado da demanda, as indústrias seguem cautelosas em novas compras, diante do enfraquecimento das vendas. Assim, muitas empresas têm recorrido ao uso de estoques próprios e/ou de contratos já firmados. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 1,79% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,90 por libra-peso, o menor valor nominal desde 19 de novembro de 2024 (R$ 3,89 por libra-peso).

Na parcial de agosto, o Indicador acumula queda de 5,51%. Ainda assim, a cotação interna está, em média, 7% acima da paridade de exportação no mês. De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), até o dia 26 de agosto, os contratos envolvendo a pluma da safra 2024/2025 somavam 483,25 mil toneladas no mercado interno, 367,73 mil toneladas para exportação e 107,49 mil toneladas em contratos flex. Assim, ao menos 958,47 mil toneladas já foram comercializadas, o que representa 24% da produção nacional estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), até 21 de agosto, 60,06% das lavouras brasileiras da safra 2024/2025 haviam sido colhidas e 20,92% já estavam beneficiadas. Em Mato Grosso, a colheita atingiu 56%, com 14% do volume beneficiado. Na Bahia, 64,78% haviam sido colhidos até 21 de agosto e 40% já haviam passado pelo beneficiamento.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,70 por libra-peso (68,48 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,71 por libra-peso (68,68 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os quatro primeiros contratos registram recuo, pressionados pela retração do petróleo, pela melhora nas condições das lavouras norte-americanas e pelo fortalecimento do dólar frente às principais moedas. Nos últimos sete dias, o vencimento Outubro/2025 registra recuo de 0,65%, a 65,99 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2025 tem baixa de 0,72%, a 67,32 centavos de dólar por libra-peso. O Março/2026 apresenta retração de 0,30% nos últimos sete dias, a 69,12 centavos de dólar por libra-peso, e o Maio/2026, de 0,21%, a 70,45 centavos de dólar por libra-peso.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 16 dias úteis de agosto, foram embarcadas 58,35 mil toneladas de algodão em pluma, volume 54,1% inferior ao total exportado em julho/2025 (127,05 mil toneladas) e 47,8% abaixo do registrado em agosto/2024 (111,8 mil toneladas). A média diária dos embarques em agosto está em 3,65 mil toneladas, contra 5,08 mil toneladas há um ano (-28,2%). Quanto ao preço, a média da pluma exportada está em 72,20 centavos de dólar por libra-peso nesta parcial de agosto, recuos de 1,8% no comparativo mensal (73,51 centavos de dólar por libra-peso) e de 9,4% no anual (79,70 centavos de dólar por libra-peso). Em moeda nacional, o valor recebido pela pluma exportada está em R$ 3,93 por libra-peso, 1,3% abaixo do praticado no mercado interno (R$ 3,98 por libra-peso). Ressalta-se que este é o quinto mês consecutivo em que o Indicador segue acima do valor da pluma exportada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.