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21/Aug/2025

Preço do algodão pressionado no mercado interno

O algodão brasileiro segue trajetória de queda independente dos movimentos externos, com preços atingindo os menores patamares desde novembro de 2024. A maior disponibilidade de pluma no mercado doméstico e a pressão exercida por compradores têm sido determinantes para o movimento de baixa, mesmo com a valorização recente dos contratos futuros na Bolsa de Nova York. O Indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com pagamento em 8 dias, acumula queda de 3,29% na parcial de agosto. O movimento de baixa está relacionado à maior oferta interna e à postura defensiva dos compradores, que reduzem o ritmo das aquisições tanto para o mercado interno quanto para exportação. Ainda assim, a cotação doméstica está, em média, 7,9% acima da paridade de exportação no mês.

A disparidade entre os mercados interno e externo se acentuou com a melhoria da paridade de exportação. A paridade na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,74 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,75 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook, referente à pluma no Extremo Oriente. No cenário global, o relatório mais recente do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado em 12 de agosto, estimou a produção mundial de algodão da safra 2025/2026 em 25,392 milhões de toneladas, recuo de 1,5% em relação ao mês anterior e de 2,1% frente à temporada 2024/2025. Para os Estados Unidos, a produção foi ajustada para 2,877 milhões de toneladas, queda de 9,5% sobre julho. Segundo a StoneX, poucos estavam levando em consideração o número de produção que o USDA vinha reportando até julho. A taxa de abandono estava muito abaixo da média histórica.

Preços mais baixos geralmente incentivam um abandono maior. O que surpreendeu foi uma redução da área plantada com algodão. Na Bolsa de Nova York, os preços são impulsionados pela valorização do petróleo, que melhora a competitividade da fibra natural ante a sintética. Entretanto, a boa condição das lavouras norte-americanas limita os ganhos. O USDA informou que 55% da safra apresentava condição boa ou excelente no dia 17 de agosto, avanço de 2% em relação à semana anterior. No campo brasileiro, a safra 2024/2025 avança conforme o esperado. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção nacional de pluma está prevista em 3,94 milhões de toneladas, alta de 6,3% sobre o ciclo 2023/2024. O crescimento decorre da elevação de 7,3% na área cultivada, para 2,09 milhões de hectares, ainda que a produtividade média tenha recuado 0,9%, para 1.887 quilos por hectare.

O Brasil deve manter a liderança nas exportações globais de algodão. O USDA projeta embarques brasileiros de 3,113 milhões de toneladas na safra 2025/2026, aumento de 9,8% sobre o volume da temporada 2024/2025 e 19,1% acima das exportações dos Estados Unidos. O Brasil deve começar a exportar mais a partir de setembro, dentro da sazonalidade normal do algodão, que costuma atingir o pico de embarques entre novembro e dezembro. A StoneX também apontou sinais positivos na demanda global. A Índia reduziu tarifas de importação de algodão, o que pode aumentar a disposição importadora do país. Também se observa uma valorização dos preços na China nas últimas semanas. O ambiente internacional mostra avanços, mas o algodão negociado na Bolsa de Nova York continua muito dependente das exportações norte-americanas e das relações comerciais dos Estados Unidos com outros países. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.