21/Aug/2025
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) projeta que a produção industrial do setor deve crescer 3,1% neste ano e desacelerar o ritmo de alta a 1,2% no ano que vem, em linha com o menor crescimento projetado para a economia doméstica como um todo. Sob o ponto de vista das vendas do varejo no setor, a expectativa é de crescimento de 3% neste ano e de 0,7% em 2026. Essas projeções já levam em conta os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. O Brasil exportou US$ 48 milhões em vestuário e têxtil aos Estados Unidos no ano passado.
Desse montante, cerca de 20% está hoje fora do tarifaço de 50% dos Estados Unidos, já que foi aberta exceção para o segmento de cordéis de sisal. Então, aproximadamente US$ 10 milhões das exportações estão salvos e os US$ 39 milhões restantes, perdidos. Em não havendo redirecionamento, ainda que temporário dessa produção, o cenário pode levar a uma perda de até 5 mil postos de trabalho no setor. Essa é uma realidade muito ruim. O mercado dos Estados Unidos é o maior do mundo e é seguro. A expectativa é de que uma negociação avance e que, alguma hora, a razão vai chegar, porque os Estados Unidos são superavitários em têxteis em relação ao Brasil.
Quanto ao redirecionamento da produção que antes seria enviada aos Estados Unidos, o mercado interno é uma possibilidade, mas também o acordo entre Mercosul e União Europeia, que pode incentivar esses embarques. Contudo, o crescimento da exportação de têxteis à Europa não será imediato após o acordo, com os efeitos se espalhando sobre o setor no Brasil ao longo de pelo menos oito anos. Mas vai ser relevante, porque conecta mais as empresas e atrai investimentos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.