20/Aug/2025
Os preços do algodão em pluma seguem em queda no mercado brasileiro e já operam nos menores patamares desde o final de novembro de 2024. Nem mesmo a valorização externa foi suficiente para segurar a queda doméstica. O movimento de baixa no Brasil está relacionado à maior disponibilidade e à pressão exercida por compradores, que ofertam valores menores. Ressalta-se que esses demandantes domésticos também reduzem o ritmo das aquisições, diante de incertezas com o cenário interno e, inclusive, de alguns casos para exportações. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,77% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,97 por libra-peso. Na parcial de agosto, o Indicador registra queda de 3,78%. Ainda assim, a cotação interna está, em média, 7,9% superior à paridade de exportação na parcial deste mês.
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,74 por libra-peso (68,93 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,75 por libra-peso (69,13 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os primeiros contratos são impulsionados pela valorização do petróleo no mercado internacional e pela expectativa de menores produção e estoque dos Estados Unidos. Assim, o vencimento Outubro/2025 registra alta de 1,73% nos últimos sete dias, a 66,42 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2025 tem alta de 1,57%, a 67,81 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento Março/2026 registra elevação de 1,61% nos últimos sete dias, para 69,33 centavos de dólar por libra-peso, e o Maio/2026, de 1,7% no mesmo período, a 70,60 centavos de dólar por libra-peso.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em relatório divulgado no dia 14 de agosto, a produção nacional de pluma da safra 2024/2025 está prevista em 3,94 milhões de toneladas, em linha com os dados de julho/2025 e 6,3% maior que a temporada 2023/2024. Este é resultado do crescimento de 7,3% na área cultivada, para 2,09 milhões de hectares, e da queda de 0,9% na produtividade nacional, prevista em 1.887 Kg por hectare. Para a Bahia, especificamente, a Conab aponta queda de 2,3% na produtividade se comparada aos dados do mês anterior e baixa de 4,8% frente à da safra 2023/2024. Essa retração está atrelada principalmente à distribuição irregular das chuvas ao longo do ciclo. Sendo assim, a produção do Estado foi reajustada negativamente em 2,29% no comparativo mensal, mas ainda deve chegar a 804,7 mil toneladas (+13,6% frente à temporada 2023/2024), impulsionada pelo aumento de 19,4% da área de uma safra para a outra, indo para 413,1 mil hectares.
De acordo com dados divulgados no dia 12 de agosto pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial de algodão da safra 2025/2026 pode chegar a 25,392 milhões de toneladas, 1,5% menor que o apontado no mês anterior e recuo de 2,1% em relação à da temporada 2024/2025. Para os Estados Unidos, a estimativa aponta produção de 2,877 milhões de toneladas, reajuste negativo de 9,5% frente aos dados de julho/2025, ficando 8,3% abaixo do projetado na safra 2024/2025. O consumo mundial, por sua vez, foi estimado em 25,688 milhões de toneladas, estável em relação à temporada anterior e apenas 0,1% inferior aos dados do mês passado. Sendo assim, o consumo deve ficar 1,17% acima da oferta na temporada 2025/2026. As transações mundiais tiveram reajuste mensal negativo de 2,5% e estão previstas em 9,49 milhões de toneladas em 2025/2026, com elevação de 2,1% para as importações e aumento de 2,7% nas exportações, ambos se comparados à safra anterior.
O Brasil deve continuar na liderança das exportações, com 3,113 milhões de toneladas estimadas, 9,8% a mais que o volume enviado na temporada 2024/2025 e 19,1% acima dos embarques dos Estados Unidos. As projeções das exportações norte-americanas, por sua vez, caíram 4% de um mês para o outro, e devem crescer somente 0,8% na safra 2025/2026, chegando a 2,613 milhões de toneladas. O estoque mundial é projetado em 16,093 milhões de toneladas na temporada 2025/2026, baixas de 4,4% no comparativo mensal e 1,5% sobre a safra anterior (16,34 milhões de toneladas). O estoque brasileiro pode chegar a 820 mil de toneladas, 11,8% menor do que o estimado em julho/2025, mas 13,7% superior ao de 2024/2025. Quanto aos preços, de acordo com o USDA, o valor médio pago ao produtor norte-americano na safra 2025/2026 está estimado em 64,00 centavos de dólar por libra-peso, aumento de 3,23% frente ao do relatório anterior e 1,59% acima do valor de 2024/2025 (63,00 centavos de dólar por libra-peso). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.