14/Aug/2025
Depois do café, o tarifaço do presidente norte-americano, Donald Trump, pode inviabilizar as exportações para os Estados Unidos de outro produto nacional reconhecido mundialmente: o biquíni brasileiro. Os Estados Unidos respondem por 40% das exportações brasileiras de moda praia. Maiôs e biquínis são isoladamente o principal item das exportações brasileiras de vestuário para o mercado norte-americano. Em 2024, as vendas desses itens somaram US$ 4 milhões, 18% do total do segmento de vestuário, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Antes do início do imbróglio tarifário, biquínis e maiôs já eram tributados em 24,9% nos Estados Unidos. Na fase intermediária do tarifaço, o governo norte-americano adicionou 10% e a taxa subiu para 34,9%. Mas, a partir de 6 de agosto, com o adicional de 40%, a taxação chegou a 74,9%. O impacto da taxação para setor, principalmente da moda praia, é obviamente muito grave, pois quase inviabiliza as exportações.
No primeiro semestre, as exportações cresceram 14%. O Brasil vinha ocupando alguns espaços abertos por conta da insatisfação dos Estados Unidos com outros países, com destaque para os asiáticos. O principal fornecedor de moda praia para os Estados Unidos é a China, com vendas de US$ 28 bilhões, num total de US$ 114 bilhões importados. O tarifaço afeta sobretudo exportações de biquínis de inúmeras pequenas e médias confecções. Para a Galileia Indústria e Comércio de Roupas, dona da marca Mar Egeu, por exemplo, 80% das exportações de biquínis são para os Estados Unidos. A empresa embarcou produtos para os Estados Unidos até 6 de agosto, antes da entrada das novas tarifas. Por enquanto, novos envios estão suspensos. Os pedidos dos clientes norte-americanos não foram cancelados. No momento, há 3 mil peças em produção. A aposta é de que a tarifa poderá ser reduzida.
A empresa tem oficina de modelagem no Brás, na região central de São Paulo, com oito funcionários, e terceiriza a produção para dez pequenas confecções, onde trabalham cerca de 40 pessoas. Faz 15 anos que a companhia exporta 60 mil peças por ano para os Estados Unidos, tanto com a marca do comprador como com a sua marca. A exportação para os países do Hemisfério Norte é importante para as confecções de moda praia porque garante faturamento o ano inteiro. Quando termina o verão no Hemisfério Sul, começa a estação por lá. Para a marca de moda praia Adriana Degreas, voltada para público de maior poder aquisitivo, o mercado interno absorve 80% da produção, mas as exportações têm papel relevante. Os Estados Unidos respondem por 30% das vendas externas. A internacionalização da companhia de 100 funcionários, localizada no Bom Retiro, também na zona central da capital paulista, começou em 2011 e pelos Estados Unidos. Em Miami, a marca tem showroom, centro de distribuição e e-commerce próprio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.