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06/Aug/2025

Preços do algodão recuam no mercado doméstico

Os preços do algodão em pluma vêm recuando com um pouco mais de força nos últimos dias, influenciados pelo avanço da colheita, pelo amplo excedente interno e pela demanda ainda enfraquecida. Além disso, os valores externos do algodão também em queda reforçam a pressão sobre as cotações domésticas, à medida que reduz a paridade de exportação. No Brasil, os atuais valores da pluma são os mais baixos desde dezembro do ano passado e, na Bolsa de Nova York, o contrato Outubro/2025 opera nos menores patamares desde o início de sua negociação, em novembro/2022. O avanço da colheita no Brasil tem aumentado um pouco o ritmo das negociações, mas a prioridade de vendedores vem sendo a entrega de pluma contratada antecipadamente. Tradings estão ativas nas aquisições envolvendo a pluma da safra 2024/2025 e muitas também chegam a disponibilizar lotes no mercado interno.

O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 1,69% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,02 por libra-peso, o menor valor nominal desde o dia 4 de dezembro/2024 (R$ 4,01 libra-peso). A média de julho do Indicador foi de R$ 4,10 libra-peso, 4,03% inferior à de junho/2025 e 2% abaixo da de julho/2024, em termos reais. A média mensal é a menor desde novembro/2024 (R$ 3,96 libra-peso), nominalmente. Em dólar, a média mensal do Indicador à vista foi de 74,23 centavos de dólar libra-peso, 11,8% acima do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York, de 66,38 centavos de dólar libra-peso, mas 5,9% abaixo da do Índice Cotlook A, de 78,91 centavos de dólar libra-peso. No campo, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 29,7% das lavouras brasileiras da safra 2024/2025 haviam sido colhidas até o dia 2 de agosto, contra 36,7% no mesmo período do ano anterior e abaixo dos 46,1% da média dos últimos cinco anos.

Em Mato Grosso, 20,9% da área tenha sido colhida até início de agosto, abaixo dos 31,8% de um ano atrás e dos 41,4% da média dos últimos cinco anos. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,75 por libra-peso (68,15 centavos de dólar libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,76 por libra-peso (68,35 centavos de dólar libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os primeiros contratos tiveram queda tanto no acumulado de julho como nos últimos sete dias. O vencimento Outubro/2025 apresenta desvalorização de 4,21% nos últimos sete dias, a 64,56 centavos de dólar libra-peso, enquanto o Dezembro/2025 tem recuo de 2,49% no mesmo período, a 66,64 centavos de dólar libra-peso. O vencimento Março/2026 tem retração de 2,55%, para 67,98 centavos de dólar libra-peso, e o Maio/2026, de 2,44% no mesmo período, a 69,13 centavos de dólar libra-peso.

Dados divulgados pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) no início de agosto estimam a área de algodão no mundo em 31,3 milhões de hectares na safra 2025/2026, com produtividade média de 827 Kg por hectare. Assim, a produção mundial deve somar 25,912 milhões de toneladas, 1,55% acima do volume da temporada anterior. O consumo mundial de algodão, por sua vez, pode chegar em 25,564 milhões de toneladas, com leve elevação de 0,26% sobre o da safra 2024/2025, ficando 1,34% menor que a oferta. A exportação mundial teve aumento 3,41% frente à temporada anterior, devendo somar 9,658 milhões de toneladas na 2025/2026. Nesse cenário, o estoque está previsto em 17,098 milhões de toneladas, 1,55% superior ao da temporada 2024/2025. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.