30/Jul/2025
A safra brasileira 2024/2025 de algodão está se encerrando com exportações recordes. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), de agosto/2024 até a quarta semana de julho/2025, o Brasil já embarcou 2,82 milhões de toneladas, volume 5% maior que o escoado em toda a temporada anterior (2,68 milhões de toneladas, até então o recorde da série da Secex). Entre agosto/2024 e junho/2025 (últimos dados disponíveis), os principais destinos da pluma brasileira foram Vietnã (representando 19% do total), Paquistão (18%), China (16%), Bangladesh (15%), Turquia (12%), Indonésia (6%) e Índia (5%). Vale ressaltar que houve diversificação e distribuição dos principais demandantes internacionais. Considerando-se o ano civil, de janeiro até a parcial de julho, o País já exportou 1,61 milhão de toneladas, 2,92% acima do registrado no mesmo período do ano anterior. Em 19 dias úteis de julho, foram embarcadas 111,7 mil toneladas de algodão em pluma, 15,9% inferior ao volume de junho/2025 (132,8 mil toneladas), mas o segundo maior para o mês, abaixo apenas do de julho/2024 (167,2 mil toneladas).
Quanto ao preço, a média da pluma exportada foi de 73,63 centavos de dólar por libra-peso na parcial de julho, aumento de 1% no comparativo mensal (72,93 centavos de dólar por libra-peso), mas baixa de 12,5% no anual (84,19 centavos de dólar por libra-peso). Em moeda nacional, o valor recebido pela pluma exportada está em R$ 4,06 por libra-peso, levemente inferior (-1,3%) ao preço do mercado interno (R$ 4,11 por libra-peso). Trata-se do quarto mês consecutivo que os valores domésticos superam os externos. As cotações do algodão em pluma continuam oscilando, refletindo a “queda de braço” entre agentes. Alguns vendedores já demonstram maior flexibilidade quanto aos preços; porém, indústrias ofertam valores ainda mais baixos. Além disso, a dificuldade na aprovação dos lotes disponibilizados também limita a liquidez. Devido ao atraso na colheita e beneficiamento da temporada 2024/2025, muitos players dão prioridade ao cumprimento de contratos a termo, especialmente porque boa parte deles foi realizada a preços mais atrativos que os praticados atualmente no spot nacional.
O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,71% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,09 por libra-peso. Na parcial de julho, o Indicador acumula queda de 1,23%. Ainda assim, a média mensal do Indicador, de R$ 4,11 por libra-peso, está 8,5% acima da paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,85 por libra-peso (68,80 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,86 por libra-peso (68,99 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os primeiros contratos estão em alta, influenciados pelo aumento no valor do petróleo no mercado internacional. O contrato Outubro/2025 apresenta valorização de 1,29% nos últimos sete dias, a 67,40 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o Dezembro/2025 tem aumento de 0,35%, a 68,34 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento Março/2026 registra avanço de 0,43%, para 69,76 centavos de dólar por libra-peso, e o Maio/2026, de 0,48% no mesmo período, a 70,86 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.