ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

24/Jul/2025

Preços do algodão estáveis e baixa liquidez no spot

O mercado de algodão opera dentro de uma faixa estreita de preço há quase um mês, com as cotações oscilando entre R$ 4,08 e R$ 4,17 por libra-peso desde o fim de junho. Apesar do avanço da colheita de uma safra que deve ser recorde, compradores e vendedores mantêm posições divergentes sobre preços e qualidade, limitando a liquidez no mercado spot e criando um cenário de consolidação lateral. O Indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), acumula baixa de 0,30% na parcial de julho. A média mensal está em R$ 4,11 por libra-peso, valor 8,6% acima da paridade de exportação, que alcançou R$ 3,84 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e R$ 3,85 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR). Existe uma 'queda de braço' entre compradores e vendedores, mantendo a liquidez baixa no spot. Agentes seguem com dificuldades para encontrar o produto com a qualidade desejada. Segundo a StoneX, o mercado vive um momento de pouco espaço para movimentos expressivos.

Qualquer alta, diante desse cenário extremamente baixista, consegue ser compensada por um movimento de venda muito forte, porque tem muito produtor que ainda não fixou a sua produção 2024/2025. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), que considera o preço da mercadoria ao lado do navio no porto, subiu 1,05% nos últimos sete dias. O avanço decorreu da valorização de 1,34% do índice Cotlook A, referência internacional para o algodão posto no Extremo Oriente. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 57% das plantações norte-americanas estavam em condição boa ou excelente até o dia 20 de julho, ante 54% na semana anterior. A safra norte-americana segue sem problemas climáticos significativos, limitando o potencial de alta dos preços. Então, por enquanto, o mercado climático está fazendo pouco preço. Acordos comerciais recentes dos Estados Unidos com países como Vietnã e Bangladesh trouxeram certo otimismo, mas nenhum desses acordos é visto pelo mercado de algodão como algo que vai fazer com que as exportações estourem dos Estados Unidos.

No Brasil, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apontou que 14,92% da área da temporada 2024/2025 havia sido colhida até o dia 17 de julho, com o beneficiamento em 4,39% do total. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma produção de 3,938 milhões de toneladas de pluma na safra atual, alta de 6,4% em relação ao ciclo anterior. A área cultivada é estimada em 2,084 milhões de hectares, aumento de 7,2% na comparação anual. Para a safra 2025/2026, o USDA estima produção mundial de 25,783 milhões de toneladas, com recuo de 1,2% frente à temporada atual. O consumo global deve alcançar 25,718 milhões de toneladas, crescimento de 1,2% na comparação anual. O Brasil é mantido como líder mundial nas exportações, com embarques projetados em 3,113 milhões de toneladas, 10% acima da temporada 2024/2025. Os estoques globais foram revistos para 16,835 milhões de toneladas, alta de 0,7% sobre o ciclo anterior. No mercado de derivados, o caroço de algodão registra maior movimentação com a entrada gradual da safra 2024/2025.

Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), 56,4% do caroço já foi comercializado em Mato Grosso, ante 48,09% no mesmo período do ano passado. A Conab projeta produção recorde de 5,545 milhões de toneladas na temporada atual. Os preços dos contratos a termo com entrega no segundo semestre variam entre R$ 820,47 por tonelada em Lucas do Rio Verde (MT) e R$ 927,35 por tonelada em Primavera do Leste (MT), com altas anuais que superam os 60% em algumas localidades. Para a StoneX, o mercado deve se manter em consolidação lateral no curto prazo. Existe pouco espaço realmente para sustentar mais altas e ao mesmo tempo que existe pouco espaço para sustentar mais baixas, uma vez que já está num patamar historicamente muito baixo. Apenas problemas climáticos nos Estados Unidos ou alterações nas políticas comerciais poderiam alterar significativamente esse cenário. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.