16/Jul/2025
Enquanto os preços externos do algodão registram altas, reagindo à boa demanda internacional pelo produto norte-americano, no Brasil, os valores da pluma estão em queda, pressionados pela colheita de uma safra que deve ter produção recorde. E, apesar de as cotações domésticas ainda operarem acima das internacionais, o recente cenário tem reduzido a vantagem interna sobre o preço externo. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,44% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,10 por libra-peso. Na parcial de julho, o Indicador acumula queda de 0,87%. A média mensal do Indicador, de R$ 4,10 por libra-peso, está 7,7% acima da paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,80 por libra-peso (68,13 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,81 por libra-peso (68,32 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, os contratos oscilam, influenciados pela flutuação do dólar frente a importantes moedas. Os momentos de baixa são justificados pelas estimativas de safra maior nos Estados Unidos, enquanto as altas refletem o aumento nas exportações norte-americanas. Nos últimos sete dias, o contrato Outubro/2025 registra recuo de 0,57%, a 66,41 centavos de dólar por libra-peso, mas ainda acima dos patamares registrados para o contrato Julho/2025. O contrato Dezembro/2025 tem avanço de 0,34%, a 68,12 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2026 apresenta avanço de 0,2%, indo para 69,40 centavos de dólar por libra-peso. Em relatório divulgado no dia 10 de julho, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou novos reajustes positivos na produção nacional de pluma da safra 2024/2025, de 0,65% frente aos dados de junho/2025 e de 6,4% em comparação à temporada 2023/2024, podendo chegar a 3,938 milhões de toneladas. A área cultivada é estimada em 2,084 milhões de hectares, avanço de 0,11% no comparativo mensal e alta de 7,2% com relação à safra anterior.
A produtividade nacional, por sua vez, está prevista para cair 0,7% sobre a temporada 2023/2024, indo para 1.890 Kg por hectare, mas a Conab fez um reajuste positivo de 0,53% frente ao relatório de junho. No campo, segundo a Conab, 13,6% da área brasileira havia sido colhida até o dia 12 de julho, enquanto a média dos últimos cinco anos é de 19,2%. Em relatório divulgado no dia 11 de julho pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial de algodão da safra 2025/2026 é estimada em 25,783 milhões de toneladas, avanço de 1,2% em relação ao apontado no mês anterior, mas recuo de 1,2% frente à temporada 2024/2025. Em relação ao relatório de junho, os dados atuais indicam produções maiores para China (6,75 milhões de toneladas) e Estados Unidos (3,18 milhões de toneladas), mas menor colheita no Paquistão (1,09 milhão de toneladas). O consumo mundial também foi reajustado positivamente, para 25,718 milhões de toneladas, 1,2% superior ao da safra anterior e avanço de 0,3% frente ao relatório de junho.
Foi projetado consumo maior para o Paquistão (2,37 milhões de toneladas) comparativamente aos dados de junho. O consumo mundial deve ficar apenas 0,3% abaixo da oferta na temporada 2025/2026. Para as transações mundiais, são estimadas exportações de 9,73 milhões de toneladas na safra 2025/2026, elevação de 4,9% em relação à temporada anterior. De junho para julho, foram apontados maiores volumes importados pelo Paquistão (1,29 milhão de toneladas), mas quedas para a China (1,26 milhão de toneladas). Não houve alteração nas estimativas de exportações, mantendo a liderança do Brasil, com 3,113 milhões de toneladas previstas pelo USDA, 10% a mais que o volume enviado na temporada 2024/2025. O estoque mundial é estimado pelo USDA em 16,84 milhões de toneladas na temporada 2025/2026, aumento de 0,7% sobre o relatório e a safra anteriores. O destaque fica para os Estados Unidos, que tiveram seus estoques reajustados, de 936 mil toneladas para 1,002 milhão de toneladas (+7,1%) no comparativo mensal, que representa 12,2% de alta em relação à safra 2024/2025. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.