26/Jun/2025
Segundo o Rabobank, os preços da pluma de algodão devem permanecer pressionados no curto prazo, mesmo com a projeção de leve contração de 1% nos estoques globais ao final da safra 2025/2026. A combinação entre oferta ainda elevada em algumas origens e ritmo moderado de crescimento do consumo global deve manter as cotações da Bolsa de Nova York em patamares baixos. A projeção é de leve queda na produção mundial de algodão em 2025/2026, influenciada principalmente por recuos na Índia e no Paquistão. Nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura (USDA) estima uma produção de 3,0 milhões de toneladas, 3% inferior à safra anterior. Ainda assim, esses ajustes na oferta não são suficientes para alterar significativamente o quadro de preços. Em relação ao consumo, a expectativa é de leve crescimento frente à temporada 2024/2025. A valorização do petróleo, associada à escalada dos conflitos no Oriente Médio, pode favorecer o consumo de fibras naturais, como o algodão, em detrimento das fibras sintéticas.
Apesar disso, não há, no momento, indicativos técnicos de recuperação consistente nas cotações internacionais. Em junho de 2025, as cotações na Bolsa de Chicago recuaram 9% na comparação anual. Esse movimento contrasta com o comportamento dos preços em mercados domésticos, como o brasileiro, onde a demanda externa e os prêmios de exportação sustentaram os ganhos. Para o Brasil, o Rabobank projeta nova safra recorde, com produção estimada em 4,0 milhões de toneladas, crescimento de 8% em relação ao ciclo anterior. O aumento de 6% na área plantada, aliado a condições climáticas majoritariamente favoráveis, sustenta esse patamar de produção. Nos últimos dez meses, as exportações brasileiras de algodão cresceram 9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse desempenho é atribuído à colheita recorde de 2023/2024, à retração das exportações norte-americanas e ao agravamento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
Com esse desempenho, o Brasil deve se consolidar como o maior exportador global de algodão pelo segundo ano consecutivo. Desde 2023/2024, a produção brasileira já supera a dos Estados Unidos, reflexo da maior resiliência do setor produtivo nacional diante da volatilidade climática e dos preços. Os preços domésticos da pluma subiram 13% em junho na comparação anual, enquanto as cotações da Bolsa de Nova York recuaram no mesmo intervalo. A firme demanda externa e os prêmios positivos explicam esse descolamento entre os mercados. No Brasil, o clima seco registrado em junho favorece o avanço dos trabalhos no campo. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a colheita atingiu 3% da área total até o dia 22 de junho. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) informou que a comercialização da pluma da safra 2024/2025 chegou a 63%, 3% acima do nível observado no mesmo período do ano passado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.