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22/May/2025

Preços do algodão reagem no mercado doméstico

O mercado brasileiro de algodão retomou fôlego nos últimos dias, sustentado pela retração vendedora e por uma oferta enxuta no mercado spot. O Indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, está cotado a R$ 4,40 por libra-peso, maior valor desde o início de maio. No exterior, os contratos futuros continuam pressionados pelo avanço do plantio nos Estados Unidos, pela revisão da taxa de abandono e pela manutenção de estoques elevados. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu a estimativa de abandono para 15%, ante 26% no ciclo passado. Isso pode resultar em produção maior, mesmo com área menor, e ajuda a pressionar os preços, segundo a StoneX. A taxa de abandono nos Estados Unidos é um ponto-chave para o segundo semestre. Se os preços continuarem baixos e a produtividade for fraca, o produtor pode optar por não colher e acionar o seguro. Isso pode mudar a leitura do mercado mais à frente.

A safra norte-americana está atrasada em 2% na comparação com a média dos últimos cinco anos: até o dia 18 de maio, 40% da área havia sido plantada, ante 43% na média histórica. Apesar desse atraso e da desvalorização do dólar ante moedas concorrentes, o que normalmente daria suporte, os contratos futuros de algodão na Bolsa de Nova York operavam em queda nesta quarta-feira (21/05). A média mensal do Indicador Cepea continua 13,5% acima da paridade de exportação. No mercado interno, os compradores estão retraídos, atentos ao comportamento do exterior e à dificuldade de repasse de custos à cadeia têxtil. As indústrias limitam aquisições ao necessário, enquanto os vendedores concentram esforços no cumprimento de contratos firmados e em novas negociações com entrega futura. A oferta disponível é limitada, o que ajuda a sustentar os preços, mas a liquidez permanece baixa. No campo, a safra brasileira 2024/2025 avança de forma satisfatória.

Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 69,7% das lavouras estavam em formação de maçãs até 20 de abril; 29% em maturação e 1,1% em floração. A área cultivada é estimada em 2,084 milhões de hectares, alta de 7,2% em relação à temporada anterior. A produção deve alcançar 3,9 milhões de toneladas, o maior volume da série histórica da Conab, mesmo com queda prevista de 1,6% na produtividade média nacional. Os contratos futuros da ICE US permanecem oscilando em uma faixa estreita, entre 65,00 e 70,00 centavos de dólar por libra-peso, com movimentos técnicos limitados por fundamentos desfavoráveis. O excesso de oferta global é o principal fator de pressão sobre as cotações, mas há espaço para mudanças no segundo semestre. Se a conta não fechar para o produtor norte-americano na hora da colheita, pode haver mais abandono e, com isso, algum alívio na pressão de oferta. Mas, não dá para esperar movimentos agressivos no curto prazo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.