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14/May/2025

Preços do algodão avançam no mercado doméstico

Desde o início de 2025, os preços internos do algodão em pluma operam acima da paridade de exportação (considerando as médias mensais). Neste começo de maio, os valores da pluma seguem em alta, ao passo que os internacionais estão enfraquecidos. Nesse cenário, a vantagem doméstica sobre a externa tem se ampliado. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 1,6% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,43 por libra-peso, trata-se do maior valor nominal desde o dia 11 de abril de 2023 (R$ 4,46 por libra-peso). Na parcial de maio, o Indicador acumula alta de 1,11%. Na parcial deste mês, a média nacional está 13,2% acima da paridade, sendo a maior vantagem mensal desde fevereiro/2023 (quando esteve em 16,2%). O suporte aos valores domésticos vem da limitação do estoque de passagem de algodão em pluma da temporada 2023/2024 no Brasil e da posição firme de vendedores. Do lado da demanda, os compradores, visando ter matéria-prima até a entrada de produto da nova safra, buscam fechar contratos a termo envolvendo as safras 2024/2025 e 2025/2026.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,86 por libra-peso (67,98 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,87 por libra-peso (68,17 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os quatro primeiros contratos registram baixa, pressionados pelo avanço na semeadura de algodão nos Estados Unidos, pelo recuo no valor do petróleo no mercado internacional e pelo enfraquecimento nas vendas externas da fibra norte-americana. O contrato Julho/2025 registra baixa de 2,62% nos últimos sete dias, a 66,63 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Outubro/2025 cedeu 1,68%, a 68,89 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2025, -1,61%. Vale considerar que o contrato Mai/2025 se encerrou no dia 7 de maio, a 70,47 centavos de dólar por libra-peso, valorização de 7,15% entre os dias 30 de abril e 7 de maio.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas 239,1 mil toneladas de algodão em pluma em abril, alinhado com o volume março/2025 (239,06 mil toneladas) e o segundo maior para o mês, abaixo apenas do de abril/2024 (241,4 mil toneladas). Quanto ao preço, a média da pluma exportada foi de 73,81 centavos de dólar por libra-peso em abril, recuos de 1,6% no comparativo mensal (75,00 centavos de dólar por libra-peso) e de 17,1% no anual (88,98 centavos de dólar por libra-peso). Em moeda nacional, o valor recebido pela pluma exportada foi de R$ 4,26 por libra-peso, levemente inferior (-0,3%) ao do mercado interno (R$ 4,27 por libra-peso). Ressalta-se que a última vez que o Cepea verificou que o preço da pluma exportada ficou abaixo do valor doméstico foi em agosto/2023 (-0,7%). De acordo com as primeiras estimativas divulgadas no dia 12 de maio pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial de algodão da safra 2025/2026 pode chegar em 25,65 milhões de toneladas, recuo de 2,7% em relação à da temporada 2024/2025. Para o Brasil, a estimativa aponta para cerca de 4 milhões de toneladas, um novo recorde.

O consumo mundial, por sua vez, foi projetado em 25,708 milhões de toneladas, 1,2% superior ao da safra anterior. Dessa forma, o consumo deve ficar 0,23% acima da oferta na temporada 2025/2026. Para as transações mundiais, são estimadas 9,759 milhões de toneladas em 2025/2026, elevação de 5,5% em relação à safra anterior. O Brasil deve continuar na liderança das exportações, com 3 milhões de toneladas previstas, 8,5% a mais que o volume enviado na temporada 2024/2025. Os embarques dos Estados Unidos, por sua vez, devem crescer 12,6%, chegando a 2,722 milhões de toneladas na safra 2025/2026. O estoque mundial é estimado em 17,065 milhões de toneladas na temporada 2025/2026, estável sobre a anterior (17,071 milhões de toneladas). O estoque brasileiro pode chegar a 1,017 milhão de toneladas, 19,2% maior que o da 2024/2025. O dos Estados Unidos deve aumentar 8,3% em igual comparativo, para 1,132 milhão de toneladas. Quanto aos preços, de acordo com o USDA, o valor médio pago ao produtor norte-americano na safra 2025/2026 está estimado em 62,00 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.