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27/Feb/2025

Preços do algodão firmes e comercialização lenta

O mercado de algodão segue com oscilações limitadas e atenção voltada para a reta final da safra 2024/2025. No Brasil, os preços registram leve alta, enquanto no exterior incertezas quanto a safra nos Estados Unidos deixa o mercado sem direção definida. No mercado interno, o Indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com pagamento em 8 dias, acumula alta de 2,76% no mês, a R$ 4,22 por libra-peso. O valor retorna aos patamares observados no início do ano, 5,6% acima da paridade de exportação, a maior diferença desde abril de 2023. Essa vantagem ocorre porque a pedida dos vendedores é firme para os lotes remanescentes, enquanto os compradores que necessitam de aquisições no mercado spot aceitam pagar valores mais altos.

O produtor de algodão tem um perfil diferente. Ele vende antecipado e se posiciona bem antes do início da colheita, o que reduz a pressão de venda no mercado spot. As exportações brasileiras perderam ritmo em fevereiro. Em 15 dias úteis, o Brasil embarcou 225,4 mil toneladas, volume 45,8% menor que o recorde de janeiro e 12,7% abaixo do registrado em fevereiro de 2024. A média diária de embarques está em 15,03 mil toneladas, ainda 10,6% acima do mesmo período do ano passado. A queda recente do dólar tirou parte da competitividade do algodão brasileiro, reduzindo as exportações no curto prazo.

Na Bolsa de Nova York, os contratos futuros do algodão operaram em baixa na última semana, pressionados pela desvalorização do petróleo, que torna fibras sintéticas mais competitivas. Nesta quarta-feira (26/02), o vencimento maio da pluma recuou 50 pontos (0,74%), e fechou 66,87 centavos de dólar por libra-peso. A grande questão agora é se os Estados Unidos conseguirão manter a área de algodão no próximo ciclo. Com os preços ainda baixos, os produtores podem migrar para outras culturas. No Brasil, a semeadura da safra 2024/2025 está praticamente concluída.

Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) indicam que 99,6% da área prevista estava plantada até 20 de fevereiro, com destaque para Mato Grosso (99,9%), Bahia (99,5%) e Minas Gerais (98%). O algodão rodou bem no campo, com perspectiva positiva tanto para a janela de cultivo quanto para o clima nos próximos meses. Apesar da firmeza do mercado doméstico, a dificuldade em conciliar preços e qualidade dos lotes ainda limita os negócios. Muitos produtores priorizam contratos a termo e comercialização de soja, enquanto compradores evitam grandes aquisições no mercado spot. Ainda não houve um gatilho forte para aumentar a comercialização. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.