26/Feb/2025
Os preços do algodão em pluma registram pequenas altas no mercado interno, contexto que vem ampliando a vantagem doméstica sobre os valores das exportações (paridade). Os vendedores estão firmes nos preços indicados para os lotes remanescentes nesta entressafra, enquanto os compradores com necessidade de aquisições no spot aceitam pagar os valores maiores, especialmente em casos em que o lote atende a qualidade desejada. Ainda assim, a dificuldade em acordar preço e/ou qualidade continua limitando uma maior movimentação. Muitos players dão prioridade ao cumprimento dos contratos a termo, enquanto outros estão focados na comercialização da soja em detrimento do algodão. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra avanço de 1,95% nos últimos sete dias, a R$ 4,19 por libra-peso, retornado aos patamares observados no início do ano. No acumulado do mês, a alta é de 2%.
A média da parcial de fevereiro, de R$ 4,13 por libra-peso, está 5,6% superior à paridade de exportação. Trata-se da maior vantagem dos preços domésticos desde abril/2023, quando a média doméstica ficou 12,1% acima da paridade. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,89 por libra-peso (67,82 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,91 por libra-peso (68,00 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os primeiros contratos estão enfraquecidos, pressionados por reajuste técnico e pela retração no valor do petróleo, uma vez que este tende a estimular a demanda pelas fibras sintéticas.
O vencimento Março/2025 tem desvalorização de 1,48% nos últimos sete dias, a 66,51 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Maio/2025 registra queda de 1,37%, a 67,88 centavos de dólar por libra-peso; para Julho/2025, a baixa é de 1,28%, a 68,80 centavos de dólar por libra-peso; para o Outubro/2025, a retração é de 0,67% nos últimos sete dias, a 69,74 centavos de dólar por libra-peso. No campo, a semeadura da safra 2024/2025 já está na reta final. Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) mostram que 99,6% da área brasileira da safra 2024/2025 havia sido semeada até o dia 20 de fevereiro, avanço de 4,43% frente aos dados da semana anterior, quando estava em 95,17%. Em termos estaduais, em Mato Grosso, a atividade chegou a 99,9% da área; a 99,5% na Bahia; a 98% em Minas Gerais; a 96,8% em Goiás; e a 92,9% no Piauí. Em Mato Grosso do Sul, São Paulo, no Paraná e Maranhão, a semeadura já se encerrou.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em 15 dias úteis de fevereiro, o Brasil escoou ao mercado externo 225,4 mil toneladas de algodão, volume 45,8% menor que o recorde mensal registrado no mês anterior e 12,7% a menos que em todo o mês de fevereiro/2024 (258,2 mil toneladas). Mesmo assim, a atual média diária de exportação está em 15,03 mil toneladas, 10,6% acima das 13,6 mil toneladas de fevereiro/2024. O valor médio da pluma exportada está em 76,57 centavos de dólar por libra-peso nesta parcial de fevereiro, recuo de apenas 1,3% no comparativo mensal (77,56 centavos de dólar por libra-peso) e de 10,8% no anual (85,83 centavos de dólar por libra-peso). No entanto, o preço das exportações efetivas supera o praticado no mercado doméstico (Indicador CEPEA/ESALQ à vista), de 71,64 centavos de dólar por libra-peso. Em moeda nacional, a média paga pela pluma exportada está em R$ 4,40 por libra-peso, 6,6% acima da média do Indicador, sendo esta a menor vantagem desde março/2024, quando as exportações ficaram apenas 2,9% acima da cotação interna. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.