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20/Feb/2025

Brasil: oferta recorde e custos de produção em alta

Segundo o Rabobank, o mercado brasileiro de algodão enfrenta desafios climáticos no curto prazo e perspectivas de maior volatilidade para 2025, com incertezas macroeconômicas e pressão nos custos de produção. Devido ao atraso da colheita da soja e às intensas chuvas em Mato Grosso, o plantio do algodão atingiu 87% da área prevista, quase 8% abaixo dos níveis do ano anterior. O setor de fertilizantes desponta como preocupação adicional para a próxima safra. O mundo apresenta restrição na oferta, com a China limitando exportações e a Índia muito ativa nas compras. A tendência de alta nos preços dos insumos para o primeiro semestre de 2025 pode pressionar as margens dos produtores, que precisarão ficar atentos às janelas de comercialização para aquisição dos produtos. No mercado interno, vendedores e compradores seguem em desacordo quanto ao preço e à qualidade dos lotes ofertados no spot nacional. Os vendedores estão focados no cumprimento de contratos a termo e os produtores, nas atividades de campo, aproveitando o clima mais favorável para a colheita da soja e para a semeadura do algodão.

O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias acumula alta de 0,89% em fevereiro. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,89 por libra-peso (68,25 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,90 por libra-peso (68,44 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR). Na Bolsa de Nova York, os contratos fecharam em alta na terça-feira (18/02), impulsionados pelo fortalecimento do petróleo, que diminui a competitividade de fibras sintéticas. As perspectivas para o setor seguem positivas. A área cultivada deve ultrapassar 2 milhões de hectares na safra 2025/2026, aumento de aproximadamente 5% frente ao ciclo anterior. Este será o quarto aumento consecutivo de área no País, embora em ritmo mais moderado que o crescimento de 17% observado no ciclo 2024/2025. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta produção recorde de 3,762 milhões de toneladas de pluma na safra 2024/2025, incremento de 1,67% sobre a estimativa anterior e 1,6% acima da temporada 2023/2024.

A Bahia destaca-se com área prevista de 389,3 mil hectares, expansão de 8,93% em relação ao último relatório e 12,5% superior à safra passada. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima a produção mundial em 26,228 milhões de toneladas para 2024/2025, maior volume desde 2017/2018 e 6,6% acima da temporada anterior. Com consumo projetado em 25,245 milhões de toneladas (+1%), a oferta deverá superar a demanda em 3,89%. Essa combinação de oferta maior e crescimento menor do consumo levará a um incremento mais significativo dos estoques globais ao final deste ciclo. Nos Estados Unidos, as expectativas preliminares indicam redução de 5% na área plantada para a safra 2025/2026. Os produtores norte-americanos enfrentaram perdas severas em 2022 e 2023 devido a condições climáticas adversas, enquanto o Brasil expandia sua produção.

O relatório de "Prospective Plantings" do USDA, previsto para 31 de março, fornecerá as primeiras estimativas oficiais. As incertezas nos mercados globais também devem influenciar a dinâmica do setor em 2025. O cenário macroeconômico e geopolítico está repleto de incertezas que podem afetar significativamente o consumo da pluma, como as elevadas taxas de juros e possíveis mudanças nas políticas comerciais como fatores de atenção. O Rabobank identificou quatro pontos determinantes para 2025: cenário macroeconômico, desdobramentos geopolíticos, desenvolvimento das lavouras brasileiras e decisões dos produtores norte-americanos. Esses elementos deverão resultar em alta volatilidade nos preços. O aproveitamento das oportunidades de comercialização será crucial para o setor da pluma este ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.